Se o F.C. Porto ainda estiver na corrida pelo título O treinador azul e branco não pode ser mais claro: se a 16 de Maio o F.C. Porto ainda estiver na corrida pelo título, não irá correr riscos e abdica de alguns jogadores, caso estejam debilitados fisicamente, no jogo da Supertaça, a disputar frente ao Sporting. «Mas isso não significa que a hipótese de vitória seja colocada de parte», afirmou, em vésperas do dragão jogar em Aveiro, frente ao Beira Mar.
O dragão não pensa em mais ninguém. Só nele próprio. Pergunta natural: será uma postura egoísta? Resposta pronta: nem por isso. O F.C. Porto está determinado a vencer todos os jogos e recusa-se a abordar a hipótese de um possível deslize do Boavista, actual líder do campeonato. Apenas olha para si, limitando-se a conquistar os três pontos em todos os desafios.
«Continuo a acreditar que vamos ganhar todos os jogos e só tenho de me preocupar com isso. O resto, são questões que já estão mais do que escalpelizadas», afirmou Fernando Santos, cuja grande ambição passa por conquistar o título nacional, apesar da diferença de quatro pontos em relação ao rival do Bessa.
A importância desta ideia ganha contornos mais nítidos, quando o treinador azul e branco falou da finalíssima da Supertaça Cândido de Oliveira, cuja disputa está marcada para o próximo dia 16, em Coimbra, onde a formação das Antas mede forças com o Sporting.
«Se ainda tivermos a possibilidade de lutar pelo título, é um jogo secundário, claramente. Mas isso não significa que a hipótese de vitória seja colocada de parte. No entanto, não irei correr riscos. Se tiver jogadores debilitados fisicamente não os irei colocar a jogar. É uma prova importante, é mais um título, mas numa escala hierárquica de valores está sempre em quarto lugar, tendo em conta as competições em que estivemos envolvidos», comentou.
Isto tudo porque o encontro com os campeões nacionais está agendado logo após o jogo com o União de Leiria, a disputar no Estádio das Antas. «É a data possível, mas não sei se é a melhor. Mas a ter de ser resolvido esta época é melhor que assim seja», sublinhou, dando a entender preferir um novo modelo: «É melhor disputar-se a competição num único jogo, no início da época e num campo neutro».
Já não é novidade para ninguém. Em Aveiro, o Beira Mar costuma infernizar a vida de qualquer adversário que se preze, independentemente do nome em causa. Em casa, a última derrota remonta a 28 de Janeiro, tendo sido o Benfica o grande autor da proeza. Por isso, Fernando Santos sabe o que terá pela frente, ou seja, uma equipa aguerrida e bem organizada.
«Aguardo grandes dificuldades em Aveiro. Será um jogo rijamente disputado e espero que o F.C. Porto mantenha o ritmo de vitória dos últimos jogos», argumentou, não poupando elogios ao adversário, uma das sensações da I Liga, após ter começado com uma série de derrotas que chegaram a colocar em causa o valor da equipa.
«Trata-se de um conjunto bem orientado e bastante difícil no seu estádio. A nós, compete-nos vencer. Por isso, iremos apresentar na máxima força para conquistar os três pontos. Não será fácil, mas nenhum jogo do campeonato foi fácil. Se calhar, o erro é pensar que há jogos fáceis, quando está provado que essa teoria não corresponde à verdade», explicou o treinador do F.C. Porto.
Mas o adversário vai estar algo debilitado, pois António Sousa não pode contar com a prestação de elementos influentes. Ricardo Sousa, Rodolfo, Palatsi e Fernando Aguiar são ausências confirmadas, porém o técnico azul e branco desvaloriza qualquer conjectura nesse sentido.
«Não é uma questão simples. Os atletas que irão jogar serão os menos utilizados e, nesta altura, querem provar o seu valor, ainda para mais frente ao F.C. Porto. Têm, por isso, uma motivação extra. Os outros são grandes jogadores, mas, se calhar, estão numa situação diferente, porque não está em risco a sua continuidade no plantel. Mas no plano teórico, é preferível esses jogadores não jogarem», sublinhou.
