«Estou satisfeito com os poderes que tenho»

21 fev 2001, 21:15

Planificação e estrutura

- Como é o seu relacionamento com os técnicos da FPF que trabalham na formação?

- É uma área à qual sou sensível e pela qual sou responsável. O contacto que mantenho com eles é o mais estreito possível, temos uma ideia de conjunto, que é cimentada pelas reuniões, com regularidade que for necessária. Essa ideia passa por uma filosofia de jogo, por um ideal das Selecções, e por uma definição estreita dos objectivos a curto, médio e longo prazo para cada equipa nacional. 

- No panorama actual, presumo que não concorda com a necessidade da criação do cargo de Director-Técnico Nacional como responsável por toda a estrutura competitiva da Federação?

- Parece-me uma questão ultrapassada com esta estrutura. Acho que faz mais sentido o papel de coordenador, tal como está, do que o cargo de DTN. Não significa que daqui por dois, três ou quatro anos não venha a ser importante esse papel. No quadro actual, não me parece necessário. 

- Está satisfeito com os poderes de que dispõe para influenciar a planificação do futebol português a nível de provas e calendarização, por exemplo?

- Estou. Tudo isso me passa pela mão. Não sinto necessidade de alargar a influência nesse campo. Nem sempre é fundamental que eu vá dar a cara pelas coisas que são feitas quando tudo isso já passou pelos nossos gabinetes. Mas ainda recentemente foi necessária a minha presença, de forma a sensibilizar os presidentes das Associações para a alteração dos quadros competitivos, e eu fui lá.  

- Mas no Torneio de Rio Maior para Selecções B teve de prescindir da observação de alguns jogadores devido à realização de um jogo de desempate para a Taça...

- Essa selecção deve ter o seu espaço, e nós estamos a tentar conquistá-lo, procurando realizar o máximo de jogos. Com algumas dificuldades, pois sabíamos que este era o ano zero. Já contávamos com dificuldades como as que apontou, mas são situações que temos de saber gerir.  

- Nesse Torneio surgiu muito próximo da equipa, embora o responsável técnico seja Rui Caçador. Foi apenas rotina?

- Esta Selecção, que se debate com a inexistência de competição própria, é um espaço necessário, destinado a dar motivação àqueles jogadores que podem encontrar aí um estímulo para se sentirem mais perto da Selecção A. E ao mesmo tempo permite-nos conhecê-los melhor e vermos as suas reacções quando confrontados com o peso daquela camisola. Que pesa muito, não tenham dúvidas! Não é uma forma de consolação, pelo contrário. Vamos a um exemplo concreto: o Litos do Boavista. Eu tenho alguma necessidade de o levar à Selecção B? Há alguma coisa que eu precise de saber sobre ele que não saiba já? Claro que não, por isso ou vai à Selecção A ou não precisa de ir a outra selecção, até poderia ser desmotivador. Mas se calhar o Marco Almeida, o Tonel, o Ricardo Rocha já precisam de passar por aqui. Sabemos que têm potencial para bons centrais mas ainda não temos certezas a todos os níveis. 

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