Morreu O.J. Simpson

11 abr, 15:54

Chegou à fama através do futebol americano e fez fortunas em filmes, antes de um julgamento mediático lhe ter manchado para sempre a vida

Morreu aos 76 anos O.J. Simpson, antiga estrela do futebol americano que se tornou ainda mais famosa depois de ter sido suspeito do duplo homicídio da mulher e de um dos seus melhores amigos, tendo acabado absolvido.

A família confirmou a morte do ex-atleta através da rede social X, com uma mensagem simples: “A 10 de abril, o nosso pai, Orenthal James Simpson, sucumbiu à batalha contra o cancro. Estava rodeado dos filhos e netos. Durante este tempo de transição, a família pede que respeitem os desejos de privacidade”, pode ler-se no comunicado.

Entretanto foi confirmado pelo presidente do Hall Fame do futebol americano que o ex-atleta estava a receber um tratamento à base de quimioterapia para um cancro na próstata.

O julgamento da morte de Nicole Brown e de Ronald Goldman, iniciado em 1994, durou vários anos, tendo merecido grande destaque na imprensa internacional.

Simpson acabou por ser um dos primeiros grandes casos judiciais ao nível mediático, tornando conhecidos todos ao seu redor, incluindo o advogado Robert Kardashian, pai das irmãs Kardashian.

Antes do julgamento que acabou por lhe mudar a vida chegou à fama através do futebol americano, sendo considerado um dos melhores da sua geração. Participou depois em vários filmes, anúncios e séries televisivas.

Mas o duplo homicídio de 1994 acabaria por lhe manchar a carreira, mesmo que acabasse absolvido, o que resultou na divisão da sociedade, muitas vezes entre brancos e afroamericanos.

Absolvido penalmente, um processo civil movido pelas famílias das vítimas em 1997 acabou por obrigar Simpson ao pagamento de uma indemnização no valor de 33,5 milhões de dólares (cerca de 31,2 milhões de euros) em reparações.

“Não sou negro, sou O. J.”, costumava dizer o antigo running back, figura maior durante vários anos da Liga Norte-americana de Futebol (NFL), o que lhe proporcionou fama e fortuna, tendo-lhe mesmo aberto as portas de uma nova carreira, de ator, em Hollywood.

A queda abrupta de O. J. Simpson foi transmitida em direto na televisão, que acompanhou a perseguição policial que conduziu à sua detenção e seguiu depois, avidamente, todas as incidências do julgamento, monopolizado pela componente racial.

Em 2006 Simpson escreveu um livro intitulado "Se eu o tivesse feito" e deu uma entrevista em que admitia um "hipotético" cenário de homicídios que sempre negou.

E.U.A.

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