Bruno Basto em grande entrevista ao Maisfutebol

25 jul 2002, 00:38

Benfica funciona sempre como pano de fundo O lateral-esquerdo do Bordéus não esquece o Benfica, mas compreende Jankauskas. Está contente em França e sonha com o Euro 2004.

Se um trapezista tem a vertigem pelo risco, Bruno Basto assume o mesmo sentimento alucinante pelo Benfica. Fala do clube da Luz como de uma parte da sua vida. Fala com amor, como se estivesse a descrever uma pessoa de quem gosta muito, como se estivesse a recordar tempos que já não voltam mais, mas que continuam gravados na sua memória. Não esconde o sentimento forte, expresso no seu coração e materializado em palavras sinceras. Assume-se vermelho. E ponto final.

Agora está no Bordéus, depois de ter saído da Luz no Verão quente de 2000, quando os encarnados se deram ao luxo de dispensar João Pinto e vender Nuno Gomes à Fiorentina. Águas passadas, apesar de dar a entender ter sido empurrado para outras paragens. Duas épocas em França, a primeira frouxa, mas a segunda de grande nível levam este defesa esquerdo a sonhar alto. Pensa na selecção, na possibilidade de estar no Euro-2004. Tem legitimidade para isso.

Se um dia regressar a Portugal, dará sempre prioridade ao clube da Luz, mas se tiver uma boa proposta em mãos, nunca hesitará. Por isso, compreende a trama da transferência mais badalada do defeso nacional. Compreende os motivos que levaram Jankauskas a bater com a porta e a ser a figura de cartaz do F.C. Porto na pré-época. É como trabalhar numa empresa. Mas a onda de inconformismo que se gerou espelha bem a mentalidade do futebol português, que tem de mudar, porque «há coisas mais importantes do que o fanatismo entre os clubes».

Em finais de Novembro, princípios de Dezembro, será pai pela primeira vez. De uma menina. Vai chamar-se Maria Carolina. Tem a responsabilidade de ser um dos rostos portugueses do Bordéus, juntamente com Pauleta, uma das estrelas do campeonato francês. Mata saudades de Portugal através da Internet, sente-se adaptado à realidade de um país diferente e diz que há muitos portugueses a presenciar os treinos do seu clube: «Sempre que podem vêm ter comigo e com o Pauleta». É perfeitamente normal.

Leia a entrevista de Bruno Basto:

Bruno Basto solidário com Jankauskas

Bruno Basto: «Não saí do Benfica por vontade própria»

Bruno Basto: «É bom que os dirigentes do Benfica não falem no título»

Bruno Basto: «É um objectivo estar no Euro-2004»

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