Perfil de Juan Antonio Pizzi

19 jul 2000, 06:27

Uma carreira dividida entre Espanha e Argentina Revelado no Tenerife, subaproveitado no Barcelona, Pizzi é um ponta-de-lança clássico e oportunista. Será capaz de bater-se com o «fantasma» de Jardel?

A contratação de Juan Antonio Pizzi pelo F.C. Porto vem consumar um longo namoro dos clubes portugueses ao goleador hispano-argentino: nas últimas quatro épocas, por diversas vezes foi referenciado o interesse do Benfica e do F.C. Porto no seu concurso. 

Tendo actuado dezassete vezes pela selecção espanhola, ao abrigo do acordo de dupla nacionalidade entre a Espanha e os países sul-amercianos, Pizzi tem como momentos altos da sua carreira internacional a participação no Europeu-96 e no Mundial-98. 

Revelado na alta competição ao serviço do Tenerife, Pizzi é um ponta-de-lança de estilo clássico, extremamente oportunista e eficaz no jogo aéreo (1,85 m). Nascido em Santa Fé, ganhou fama internacional na temporada 1995/96, quando se sagrou melhor marcador do campeonato espanhol, com 31 golos em 41 jogos efectuados pela equipa insular.  

O passo seguinte foi a contratação pelo Barcelona, cuja camisola vestiu pela primeira vez na temporada 1996/97. Esse foi também o ano em que Ronaldo chegou a Nou Camp, e a vocação goleadora de Pizzi pagou o preço de uma insustentável concorrência com o fenómeno brasileiro, que então efectuou a sua melhor época de sempre.  

Sistematicamente relegado para o «banco» de suplentes por Bobby Robson, Pizzi foi dando mostras de crescente insatisfação com o aproveitamento que era feito das suas qualidades. Com 9 golos em 32 encontros (mas apenas 4 como titular), o jogador participou na conquista da Taça das Taças e da Taça do Rei, mas nunca conseguiu ir além de um estatuto de suplente de luxo. 

Uma situação que se repetiu na temporada seguinte, com Van Gaal, e que o levou a procurar a porta de saída, com a transferência para o River Plate, em 1999, a devolver-lhe o gosto pela competição. 

Este ano, Pizzi foi emprestado ao Rosário Central, clube de ambições modestas, no qual deu os primeiros passos no profissionalismo, antes da ida para o Tenerife, em 1991.  

Dando mostras de possuir os seus dotes de goleador intactos, Pizzi concluiu a época como terceiro melhor marcador do futebol argentino, logo atrás do jovem fenómeno Javier Saviola, do River Plate e do temível Martin Palermo, do Boca Juniors. Insatisfeito com a sua situação, o jogador, que completou 32 anos no passado dia 6 de Julho, estava em negociações com o River Plate quando foi alvo da proposta do F.C. Porto.  

O estímulo de regressar à Europa, a um clube habituado a conquistar título, que ainda por cima tem fortes possibilidades de participar na Liga dos Campeões, tornou fácil a decisão. E o futebol português consumou, finalmente, o seu prolongado «namoro» ao homem de Santa Fé.

Patrocinados