«Foi um bom regresso», confessa Folha

6 jan 2001, 20:26

Chegou, jogou e... marcou Retorno feliz às Antas. Folha marcou um golo que aproximou o F.C. Porto da vitória e não escondeu a satisfação. «Correu tudo bem». Do outro lado, os rostos não estavam tão alegres, mas ninguém ousava esconder-se na vergonha. Ariomar até lembrou que Pena costuma ficar em branco sempre que o defronta.

A direcção preferida de todos os olhares, motivo de conversas laterais e nome mais ouvido. Folha retornou ao Porto no início da semana, mas só hoje efectivou o regresso às Antas, entrando nas congeminações iniciais de Fernando Santos. «Correu tudo muito bem», resumiu no final do encontro, controlando as euforias já consumidas no instante seguinte ao golo, quando tirou a camisola e a fez girar por cima da cabeça. O discurso, depois do banho, era bastante menos efusivo. Folha já não é um debutante e limita-se a atribuir às circunstâncias o valor que de facto possuem. «É óbvio que estou satisfeito com o golo, mas o mais importante é a vitória do F.C. Porto». 

O esquerdino concorda que o final de tarde dificilmente podia ter sido melhor, mas insiste na contenção. «Foi um bom regresso. Consegui ajudar a equipa e mostrei que posso ser mais um elemento útil neste plantel», explicou, aceitando de seguida comentar o cartão amarelo que viu após os festejos. «Senti uma alegria enorme quando marquei e não me contive». A camisola parecia pesar-lhe momentaneamente e Folha quis ver-se livre dela. «Não é hábito!». 

Folha preparava-se agora para responder a questões de âmbito mais abrangente. Pediam-lhe que traçasse um paralelismo entre o clube que abandonou e aquele que veio agora encontrar. «O F.C. Porto não muda muito. Pode haver uma ou outra peça que é trocada, mas a máquina é sempre a mesma e luta sempre pelos mesmos objectivos», finalizou. 

Ariomar: «O Pena ficou outra vez em branco» 

Ariomar foi dos melhores do Estrela. Jogou com rigor defensivo, não deu um milímetro de terreno livre a Pena e contribuiu para o crescimento do nervosismo no F.C. Porto. «Procurámos, dentro das nossas limitações, fazer uma boa partida», sintetizou, com resignação evidente. «O F.C. Porto é um grande clube e acabou por vencer». 

O brasileiro confessou que a equipa da Amadora estava ciente das dificuldades que iria encontrar. «A nossa equipa sabia que nunca é fácil jogar nas Antas, mas tentou ser humilde para conseguir uma reabilitação psicológica que estava a necessitar». Ariomar, depois de rever num segundo toda a partida, crê que isso foi conseguido. «Agora temos dois jogos em casa, com equipas do nosso nível, e vamos brigar por todos os pontos». 

Dado curioso, e que reforça o mérito do defesa, reside no facto de Pena não ter atinado com a baliza contrária. «É a terceira vez que jogo com o Pena e ele voltou a ficar em branco», afirmou com um sorriso de dever cumprido. «É um grande jogador e pelos golos que está a fazer nem há palavras para o definir», prosseguiu, sem todavia esbater a satisfação que já vem dos tempos em que jogava no União S. João de Araras e o avançado portista representava o Palmeiras. 

Resignado estava igualmente Gaúcho I. O ponta-de-lança chegou a silenciar o estádio, jogou bastante bem, mas não conseguiu derrotar o F.C. Porto sozinho. «O resultado acaba por ser justo», lamentou. «Mas, apesar disso, os nossos jogadores merecem os parabéns pela atitude que evidenciaram». A troca de tendência no resultado surgiu, no seu entender, após o descanso. «Ao intervalo concluímos que eles iam pressionar e isso acabou por se confirmar. Estivemos bem, mas eles tiveram muito mérito no triunfo».

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