Recomendada dose de reforço para pessoas dos 18 aos 39 sem comorbilidades. Mas não se sabe "a magnitude do benefício"

23 dez 2021, 18:16
Vacinação contra a covid-19

Parecer técnico divulgado pela Direção-Geral da Saúde explica que o país deve seguir "uma estratégia de Saúde Pública de maximização das medidas que podem contribuir para o controlo" da pandemia, daí a defesa da vacinação desta faixa etária

A Direção-Geral da Saúde publicou esta quinta-feira um parecer da comissão técnica de vacinação contra a covid-19 no qual é defendido um reforço da vacinação entre os 18 e os 39 anos - primeiro daqueles que têm comorbilidades e a seguir dos que não têm. "Os dados e a evidência disponíveis indicam um claro benefício da vacinação contra a covid-19 com dose de reforço para as pessoas com 40 ou mais anos de idade e das pessoas com 18 aos 39 anos com comorbilidades, pelo que a vacinação destas pessoas é fortemente recomendada no atual contexto epidemiológico", lê-se no parecer.

Mais adiante são dados mais detalhes: defende-se o reforço da vacinação "das pessoas com 18 aos 39 anos e pelo menos uma das comorbilidades definidas na Norma 002/2021 da DGS" e "é recomendada também a vacinação das restantes pessoas com 18 a 39 anos de idade com dose de reforço com uma vacina de mRNA [Pfizer ou Moderna], nos termos da Norma 002/2021 da DGS", ainda que "os dados e a evidência disponíveis" sejam "mais incertos relativamente à magnitude do benefício com a vacinação das pessoas com menos de 40 anos sem comorbilidades".

O parecer especifica que "à data de 15 de dezembro de 2021 os maiores de 40 anos representavam 94,5% e 93,4% do total de doentes enfermaria e UCI, respetivamente", e que "nesta fase é premente manter a maximização da vacinação das pessoas definidas na estratégia de reforço vacinal e estender a vacinação com doses de reforço a quem mais dela puder beneficiar".  "O risco de morte por covid-19 aumenta com a idade de forma muito evidente, sendo que o grupo das pessoas com 85 ou mais anos de idade tem um risco de morrer por covid-19 10 vezes superior ao grupo dos 18-39 anos", prossegue o texto, que sublinha que "nas últimas semanas tem-se verificado um agravamento da situação epidemiológica em Portugal com aumento da incidência e das hospitalizações, incluindo em UCI", e que "este agravamento reflete um aumento do número de novos casos em crianças dos 6-11 anos e de adultos até aos 70 anos, não sendo verificado acima desta idade, provavelmente pela evolução da cobertura vacinal com dose de reforço nestas faixas etárias".

Posto tudo isto, que se junta ao facto de a Ómicron "se poder tornar rapidamente a variante dominante em circulação", a comissão argumenta que "os dados e a evidência disponíveis indicam um claro benefício da vacinação contra a covid-19 com dose de reforço para as pessoas com 40 ou mais anos de idade e das pessoas com 18 aos 39 anos com comorbilidades, pelo que a vacinação destas pessoas é fortemente recomendada, no atual contexto epidemiológico". O parecer admite, como já referido neste artigo, que "os dados e a evidência disponíveis são mais incertos relativamente à magnitude do benefício com a vacinação das pessoas com menos de 40 anos sem comorbilidades, especialmente por não ser possível antecipar o impacto da vacinação destas faixas etárias na evolução da situação epidemiológica com predominância da variante Ómicron", mas sustenta que, no âmbito de "uma estratégia de Saúde Pública de maximização das medidas que podem contribuir para o controlo da incidência, é defensável a vacinação também destas pessoas".

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