Covid-19 pode provocar infertilidade masculina e reduzir o desejo sexual dos homens

21 fev 2022, 06:31
covid

Estudo da Universidade de Hong Kong sobre hamsters associa infeção por covid a um conjunto de riscos para o aparelho reprodutor e para desempenho sexual dos homens

A infeção por covid-19 pode danificar os tecidos dos testículos, diminuir o desejo sexual e afetar a fertilidade nos homens. A descoberta é de um grupo de investigadores da Universidade de Hong Kong (HKU, na sigla inglesa) e foi divulgada em diversos meios de comunicação social daquele território.  Os dados do estudo da HKU foram divulgados no domingo pelo investigador Yuen Kwok-yung e pela sua equipa. “É importante estar ciente do possível hipogonadismo (uma deficiência de testosterona que provoca baixa produção de espermatozoides e redução do desejo sexual) e subfertilidade”, disse Yuen, lembrando que a vacinação pode prevenir este tipo de complicações.

As conclusões baseiam-se no estudo de alterações testiculares e hormonais em hamsters infetados com o vírus. No prazo de quatro a sete dias após a infeção, as cobaias sofreram uma queda acentuada na contagem de espermatozides e na testosterona sérica, uma hormona sexual masculina. O estudo também deu conta de atrofia testicular assimétrica crónica, uma diminuição no tamanho e peso dos testículos. Mas foram identificadas ainda outras consequências ao nível do aparelho reprodutor masculino, como inflamação testicular aguda, hemorragia e morte dos tecidos testiculares. Estes efeitos persistiram entre sete e 120 dias após a infeção.

Segundo o estudo, estes efeitos foram verificados tanto em cobaias com a variante Delta como com a variante Ómicron.

Os autores da investigação, cujas conclusões serão publicadas na revista Clinical Infectious Diseases, chamaram a atenção para estudos anteriores, que relataram dor testicular em pacientes com Covid-19. Por outro lado, um outro estudo de autópsias de homens que morreram de Covid-19 mostrou inflamação e danos celulares nos testículos, embora o vírus nem sempre tenha sido encontrado em amostras de sémen.

“Somos levados a pensar no impacto que [a covid] poderá ter a longo prazo na fertilidade de homens e mulheres”, admitiu Brian McNeil, vice-diretor do Departamento de Urologia da SUNY Downstate Medical School, de Nova Iorque.

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