Defesa já pensa no jogo com o Salgueiros Está perdido e não convém recordar. O Boavista prefere não falar do jogo com o Sporting e prepara-se para o que se segue. Turra garante que a equipa está concentrada para a visita ao Salgueiros.
Paulo Turra acedia a um pedido que Silva e Duda tinham recusado, mas limitava a conversa com os jornalistas. O balneário, contava, tinha decidido que não falaria sobre o Sporting-Boavista e deixava todas as posições oficiais para João Loureiro e Jaime Pacheco. O defesa desculpava-se e pedia a compreensão dos jornalistas com uma simpatia que o absolvia num segundo.
Procuravam-se então alternativas, derivações de um mesmo tema que se impunha e obrigavam o brasileiro a sorrir, mas desta vez sem hipóteses de driblar a provocação. «Da marcação ao Jardel acho que posso falar», arriscava, pronto a arrancar para uma sequência de minutos interessantes. «Correu tudo bem e acho que os jornalistas fizeram uma boa análise», resumia, sem querer dar muita importância a questões individuais.
A chamada à sala de Imprensa fazia-o recuar uns meses no tempo e fixar-se no dia seguinte à derrota nas Antas por 4-1. «Na altura também disse que não vai ser a primeira nem a última derrota do Boavista», recordava, certo de que uma equipa de futebol, mesmo campeã, jamais se poderá abater com um desaire. «Não nos vai enfraquecer», garantia Paulo Turra. «Agora vem o jogo com o Salgueiros e temos de pensar em manter a liderança, uma vez que a nossa equipa continua forte».
A evidência, porém, era clara. O Boavista perdeu os dois clássicos que já jogou para a I Liga, o que, mesmo sem contabilizar a derrota com o F.C. Porto para a Supertaça, pode ser um indicador negativo. «Foram dois jogos fora de casa», defende Turra, com um encolher de ombros. «Perdemos e não há nada a fazer, mas eles ainda vêm ao Bessa».
Os jogos grandes, no entender do defesa, podem até nem ser decisivos para a vitória final na I Liga. «O campeonato decide-se entre todos», assegura. «Basta ver que o F.C. Porto e o Sporting já perderam com equipas mais fracas e até têm um bom desempenho nos clássicos». Importante, convence-se, é pensar sempre em vencer o jogo seguinte. Independentemente do estado do espírito no arranque da semana da trabalho. «As contas fazem-se no fim». Como sempre.
