Belenenses vence Sporting (2-1) no encontro de apresentação aos sócios O Sporting apresentou o seu «onze» de gala mas a festa foi totalmente do Belenenses. A velocidade e dinamismo dos azuis sobreposeram-se com justiça à pouca consistência e desconcentração dos campeões nacionais.
O Sporting compareceu à festa do Restelo de fato de gala procurando assumir um protagonismo que não lhe pertencia. A festa foi totalmente do Belenenses. Ao pesado e pouco imaginativo jogo dos leões, os azuis responderam que nem trovões, com velocidade e arte.
O primeiro trovão azul surgiu cedo, logo aos 6 minutos, quando o Sporting procurava ainda encontrar a melhor posição para fixar-se no relvado. Cabral rompeu pelo lado direito, descaiu para o centro e cruzou para Eliel. O brasileiro, elegante, com toque sublime de calcanhar, deixou Schmeichel pregado ao relvado.
O Sporting manteve a serenidade. Uma calma confragedora. Rui Jorge e Toñito apresentavam-se como os mais irreverentes, procurando imprimir velocidade, puxando pelos seus companheiros para que estes desenterrassem os pitons da relva. O lateral esquerdo, com um passe soberbo, isolou Acosta na área, aos 11 minutos, e o argentino atirou à figura do gigante Marco Aurélio.
Os leões transpiravam confiança e procuraram, sempre muito lentamente, alargar o domínio territorial, subindo as suas fileiras até à linha do meio-campo e exercendo aí um severo controlo. Aos poucos, ao ritmo dos impulsos de Toñito, o Sporting cresceu à medida que o sol descia por trás das bancadas.
Pouco depois de ter falhado uma oportunidade soberana, oferecida por Rui Jorge, o espanhol, em mais uma arrancada pelo corredor esquerdo, caiu, já dentro da área, ficando dúvidas se terá sido tocado por Wilson. O árbitro assinalou e Acosta cumpriu a sua obrigação, atirando para onde Marco Aurélio não podia chegar.
O Sporting passou por um curto periodo de euforia e, mais rápido, criou diversas oportunidades, com Toñito e Edmilson em destaque nos flancos. No entanto, o trovão azul voltou a soar no Restelo. Cabral isolou-se mais uma vez pela esquerda e André Cruz viu-se obrigado a derrubá-lo. Penalty.
Tuck, encarregue da conversão, atira forte mas Schmeichel defende de forma espectacular. Na recarga Neca atira à trave e o elegante Eliel, de forma acrobática, coloca a bola, pela segunda vez, nas redes do dinamarquês. Prémio justo para o esforço dos azuis e castigo merecido para a desconcentração e inconsistência dos leões.
O Sporting procurou responder, desta vez em força, mas o Belenenses, à custa de muitos amarelos, aguentou até ao intervalo. Estavam decorridos poucos minutos da segunda parte quando Eliel, elegante mas imaturo, viu o segundo cartão por protestos.
Em superioridade numérica, o leão continuou pesado. Lento nas movimentações e previsível nos passes. Filgueira e Wilson não davam um centímetro a Acosta e João Pinto, que não se cansava de correr, procurando criar uma ligação entre o meio-campo e o ataque. Rui Jorge e César Prates deixaram de subir devido às investidas de Guga, Cafu e Verona.
Inácio mexeu na equipa mas esta não reagiu. Nas bancadas, aos gritos de «campeão, campeão» sucederam-se os gritos de «Belém, Belém». A festa foi azul.
Árbitro: Bruno Paixão
Auxiliares: João Esteves e Hernani Fernandes
BELENENSES - Marco Aurélio; Cabral, Wilson, Filgueira e Pedro Henriques (Lito, 63 m); Tuck e Fabio; Verona (Gerson, 77 m), Guga (Cafu, 71 m) e Neca (João Paulo Brito, 46 m); Eliel.
Treinador: Marinho Peres.
SPORTING - Schmeichel; César Prates, Beto, André Cruz e Rui Jorge (Kirovski, 74 m); Edmilson (Mpenza, 63 m), Paulo Bento (Bino, 63 m), Horvath e Toñito (Dimas, 63 m); João Pinto; Acosta.
Treinador: Augusto Inácio.
Ao intervalo: 2-1.
Marcadores: Eliel (6 e 35 m) e Acosta (20 m, g.p.).
Disciplina: cartão amarelo a Wilson (20 m), Toñito (20 m), Beto (35 m), Pedro Henriques (39 m), Neca (41 m), Eliel (43 e 49 m), ; cartão vermelho a Eliel (49 m).
