De 2001 para 2002: outra vez Jardel

31 dez 2001, 17:20

Cinco acontecimentos nacionais

Turquia, França, Itália, Portugal... uma tremenda confusão. Jardel não queria o Galatasaray e a atracção, jamais confessada, era recíproca. O brasileiro, pago a peso de ouro, o único com quem os turcos mantinham as contas em dia, era carga excessiva para a contabilidade fragilizada do clube de Istambul. Mehmet Cansun, o presidente, negociava-o com o Marselha. Jardel exigia que Vilarinho cumprisse o prometido, impondo a sua contratação ao Benfica, insinuava-se ao F.C. Porto e acenava a qualquer colosso italiano. Era esse o seu sonho... 

Estava Jardel no Brasil quando o Marselha assumia o negócio. Mas Bernard Tapie queria-o de imediato, reclamando-o à selecção «canarinha». Chegou a tecer comentários pouco elogiosos ao reforço, que, na verdade, não chegou a sê-lo. Na resposta inaudível, Jardel roeu a corda. Dias mais tarde, falar-se-ia no reacender do interesse portista. E mais uns dias depois, desembarcaria no Porto, aceitando, aos primeiros passos na aerogare, o cachecol do F.C. Porto que lhe penduraram no pescoço. 

Estava praticamente feito, anunciou o próprio. Faltavam apenas acertar pormenores com Pinto da Costa, que o aguardava. Em troca, precisou, Alenitchev, Chainho e Ricardo Costa mudar-se-iam para Istambul. Pinto da Costa não o receberia, contudo. A mediação do empresário Paulo Barbosa e de Bayram Tutumlu, enviado do Galatasaray, redundaria num fracasso, expresso num comunicado da SAD portista e atribuído ao clube turco pelo constante desrespeito de um acordo assinado meses antes. 

Mais uns dias, mais uns acenos a Itália, e já Jardel se oferecia ao Sporting, nos intervalos, enquanto recuperava de uma lesão em Alvalade, às mãos do amigo Rodolfo Moura. Mas não senhor, garantia a SAD. Entre Jardel e o Sporting nada havia. Por enquanto... Na Turquia, José Veiga tratou de tudo. Jardel seria do Sporting, sim. Mesmo com quilos de sobra. Bölöni não imaginaria, na altura, o quanto ficaria a dever ao brasileiro. Quem sabe se a própria cabeça?... Afinal, o campeonato mal começara e já tinha perdido em Belém e em casa, com o Alverca. Nas Antas, continua-se a chorar a perda... Por que será?

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