«O plantel é melhor do que eu pensava», confessa Mourinho

21 fev 2002, 14:46

Treinador do F.C. Porto assume luta pelo título O treinador do F.C. Porto detecta grandes progressos no curto espaço de semanas e quer o título.

Numa versão revista e aumentada, com adendas e precisões, José Mourinho recuperou, na sala de imprensa das Antas, a entrevista concedida ao site da UEFA, onde o treinador do F.C. Porto confessou acreditar na conquista do título português. «Não disse nada de novo», advertiu, contudo, em jeito de ponto prévio, que incluiria ainda a recordação de que o tema já fora aflorado naquele mesmo local, sensivelmente há uma semana, embora sem a força da convicção acrescida por quatro vitórias consecutivas.

Mourinho crê que o F.C. Porto «está a jogar cada vez melhor», mas faz depender a intromissão na discussão do título da permissão de Sporting e Boavista, que estão ligeiramente mais perto. «A equipa está mais confiante», disse. «Os jogadores acreditam muito mais neles próprios e nos que estão ao seu lado».

Assinalando progressos diversos, Mourinho não comparava o seu F.C. Porto ao de Octávio. «Nada disso», alertou. Os termos da analogia estavam separados apenas por semanas ou entre o dia em que voltou a pisar as Antas e a data das mais recentes declarações. «Em termos tácticos, a equipa está muito mais coesa e mais culta», continuou, num breve preâmbulo que precedia a confissão. «O meu plantel é melhor do que eu pensava», assumiu. «Os jogadores têm o carácter e a postura que esperava, mas têm mais qualidade».

As melhoras são unanimemente atribuídas ao treinador, que não faz segredo do método, nem questão de recolher os louros. «Que fiz eu?», repetiu a pergunta do jornalista, preparando a resposta em dois segundos. «Trabalhei». A ideia era vaga, mas Mourinho aprofundaria a questão, dispensando a insistência da plateia: «Quando cheguei só lhes prometi qualidade de trabalho, frontalidade e capacidade de comunicação». O resultado parece-lhe óbvio e inegável: «A qualidade dos jogadores está a vir ao de cima».

Vicentel Del Bosque, treinador do Real Madrid, falara em euforia portista, depois do jogo de Chamartin. José Mourinho não vai tão longe. «Eu não diria tanto», refreou os ânimos. «Não há razão para tanto. Coitadinhos de nós se ficássemos contentes só por ganharmos quatro jogos». Mourinho quer mais e já não faz segredo: é o título que persegue, mesmo sabendo que depende de terceiros.

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