Sporting-Leixões, 5-1 (destaques)

18 ago 2002, 23:23

O melhor para o fim Num jogo com árbitro em foco e belos golos, o melhor bocado estava guardado para os minutos finais. Mas que remate de Carlos Martins!

O melhor para o fim

Quatro bons golos, é verdade, puseram o Sporting na frente, num jogo que tirando isso esteve longe de ser interessante de seguir. O melhor, no entanto, estava guardado para o fim. Estavam jogados 87 minutos. O Sporting ganhou um livre perto da lateral, Toñito deu um pouco para trás e para o meio. Carlos Martins, embalado, encheu o pé e fez um dos golos da temporada. Um momento fantástico do jovem médio, que entrou bem, jogando com personalidade.

Paulo Bento de volta

O regresso do pêndulo à titularidade. Depois de ter ficado surpreendentemente no banco frente ao Inter de Milão, coube-lhe agora a responsabilidade de assegurar a consistência defensiva do meio-campo do Sporting. Frente aos italianos, na quarta-feira, Rui Bento arrancou uma excelente exibição. Agora, num jogo bem mais fraco, Paulo Bento dominou as operações, com boa presença, sempre no sítio certo. Correu quilómetros depois da expulsão de Beto.

A oferta de Quaresma a Niculae

Logo após o intervalo, o extremo-direito arrancou pela direita, passou Nené em velocidade e centrou atrasado, oferecendo a bola a Niculae. O romeno aproveitou, selando com o pé direito o seu regresso aos golos em jogos oficiais. Um bom incentivo para o romeno, depois de duas partidas apagadas, contra o Inter e esta contra o Leixões - embora o problema do número sete, muito longe do que fez no ano passado, pareça mais físico do que psicológico. Quanto a Quaresma, está um jogador diferente, mais consistente e inteligente.

O jeito de Kutuzov

O avançado bielorrusso não é, definitivamente, a solução para os problemas de área do Sporting. Kutuzov parece incapaz de jogar ao primeiro toque, dando a imagem de estar perdido de costas para a baliza. A única vez em que fez bem o trabalho de ponta-de-lança deixou Prates na cara do golo. Apareceu assim muitas vezes a vir buscar a bola atrás, partindo para cima da defesa. O seu jeito é algo atabalhoado, trapalhão, e chegou a arrancar comentários da bancada para soltar a bola. Foi essa forma de avançar, no entanto, que lhe valeu o seu primeiro golo pelo Sporting, em que lutou até ao fim por uma bola que parecia perdida e de cabeça baixa, em fúria, encontrou o caminho da baliza.

Bruno China

Carlos Carvalhal augura um excelente futuro a este jovem formado nas escolas do Leixões. Depois de ter entrado ao intervalo frente ao Belasica, o treinador apostou nele para a titularidade, sobre a meia-direita do meio-campo. Bruno China foi o principal lançador dos contra-ataques da sua equipa (apesar da presença de Abílio a seu lado), procurando a bola na sua defesa e fazendo a ponte para as corridas de Antchouet.

Árbitro em foco

João Ferreira foi infelizmente protagonista. O árbitro de Setúbal começou por mostrar amarelos muito cedo, não sem razão, mas em circunstâncias em que se calhar poderia ter optado por controlar o jogo de outra forma. Foi assim o primeiro amarelo a José António, depois bem expulso quando cometeu penalty sobre Toñito. Bem mais duvidoso é o cartão vermelho a Beto, que não parece tentar agredir Antchouet. Quanto à expulsão de Carlos Carvalhal é impossível ajuizar, já que o treinador do Leixões foi convidado a abandonar o banco por bocas. Muitos lances polémicos e algum azar, porque a partida foi muito faltosa e os jogadores contestaram frequentemente as suas decisões. O árbitro não ajudou, puxando sem critérios dos amarelos. Deve ter aparecido muito na televisão.

E o público para completar «a festa»

Para um mau jogo, um estádio demasiado vazio. Cândido de Oliveira, que dá o nome à Supertaça, merecia mais. O jogo não foi marcado para o centro do país devido à falta de lotação de alguns estádios. Afinal, os espectadores presentes quase caberiam num pavilhão. De Matosinhos, para fazer mais de 300 quilómetros, veio pouca gente. Os adeptos do Sporting não eram muitos mais, depois de um prato forte na quarta-feira. Nas bancadas havia cartazes e tarjas a refilar com os preços dos bilhetes. E quem veio passou a maior parte do tempo a contestar o árbitro. Enfim, não se pode dizer que tenha sido uma grande noite.

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