Sporting-Wolverhampton, 5-1 (destaques)

18 jul 2002, 21:57

O golão de Rui Bento e a velocidade de Ronaldo Rui Bento fez um golaço, Cristiano Ronaldo prometeu, Toñito atrapalhou-se e os mundialistas deixaram bons sinais.

Rui Bento

Óptimo jogo coroado com um golo de finíssima execução. Rui Bento entrou após o intervalo e mostrou trazer o balanço da época passada, que terminou em bom estilo. Seguro na contenção do meio-campo e eficaz na primeira fase de organização do jogo, Rui Bento ainda se foi aventurando no ataque. Aos 72 minutos, da quina da área, tirou as medidas à baliza, comparou-as com as do guarda-redes do Wolverhampton e meteu a bola no ângulo, proporcionando o melhor momento deste encontro.

Cristiano Ronaldo

Velocidade, espontaneidade e muita, muita vontade de mostrar serviço fazem este dianteiro correr célere no sentido de uma possível afirmação no universo de Bölöni. Alinha nos dois extremos com a mesma facilidade e pensa rapidamente o que tem de fazer no momento seguinte, o que lhe dá uma importante vantagem sobre o adversário directo. Está verde, claro que sim, mas se confirmar estas indicações pode amadurecer de forma bastante interessante...

A Coreia já lá vai

Eram sete, ficaram seis depois de Hugo Viana sair para Inglaterra e até Outubro próximo são cinco devido ao castigo de João Vieira Pinto. Os mundialistas do Sporting estão de volta e parecem querer mostrar que as tristes memórias da Coreia não os vão afectar neste início de temporada. Nélson ainda não jogou e os restantes quatro alinharam apenas meia hora. É preciso, portanto, mais tempo para perceber se estes sinais são verdadeiros, mas o que se viu de Paulo Bento, Beto, Rui Jorge e sobretudo Pedro Barbosa permite aos adeptos leoninos confiarem neles para os desafios que se aproximam. E ainda falta a condição física, que está naturalmente um poquinho abaixo da dos companheiros. Hoje jogaram meia hora e no próximo sábado, frente ao Paris Saint-Germain, Bölöni planeia «dar-lhes» meia parte.

Toñito

Os anos que já leva em busca da afirmação parecem pesar demasiado sobre os ombros do espanhol. Toñito já mostrou a toda a gente que sabe fazer muito bem determinadas coisas, mas a verdade é que de leão ao peito tem dificuldades em passá-las à prática. Tenta muitas vezes, parte para os lances com aparente confiança mas há quase sempre um movimento precipitado que o trai. O lance do golo que marcou (o quinto) é sintomático: isolado perante o guarda-redes, permitiu a defesa num primeiro remate e só na recarga fechou o resultado. Isto quando tudo parecia tão fácil... O facto de muitos verem nele o substituto de João Pinto durante o castigo pode colocá-lo sob pressão ainda maior. Como sairá desta encruzilhada?

Paixão não seduz ingleses

Se calhar nunca vai ser um árbitro consensual. Pode até haver sempre em relação a ele, a priori, uma carga negativa que sobra de casos anteriores. A verdade, verdadinha é que às vezes apita muito bem e noutras ocasiões as coisas saem-lhe pura e simplesmente mal. Aconteceu hoje. É mau sinal o facto de ter sido assobiado por 70 adeptos ingleses, amantes de bom futebol, capazes de aplaudir o adversário e por norma pouco dados a questões menores em redor do apito. Bruno Paixão ofendeu-se com palavras de um jogador do Wolverhampton e expulsou-o aos 20 minutos, esquecendo-se que isto era um jogo-treino. Na segunda parte, assinalou uma grande penalidade bastante duvidosa a favor do Sporting, quando deu a nítida sensação de que o defesa do Wolves cortou a bola para canto sem derrubar deliberadamente Pedro Barbosa. Pelo meio muitos equívocos. Os árbitros tambem têm direito à sua pré-época, mas convém que não comecem tão cedo a expor-se às polémicas cá do burgo...

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