Noite de João Pinto e Rui Jorge João Pinto desequilibrou outra vez e até resolveu, mesmo depois de falhar um golo como há muito não se via. Nalitzis desiludiu, na noite que também foi feliz para Rui Jorge, Everson e Mijanovic.

João Pinto

Conseguiu fazer o melhor e o pior. João Pinto mostrou muitas das qualidades que lhe são reconhecidas: a velocidade, o talento e a luta. Aos 16 minutos, teve uma arrancada fabulosa. Percorreu quase todo o meio-campo com a bola controlada, mas falhou no último passe, fazendo-o com demasiada força. Cinco minutos depois teve uma perdida clamorosa. Estava sozinho frente ao guarda-redes Mijanovic, tentou fazer o bonito, um chapéu ao guardião algarvio, mas a bola saiu ao lado. Aos 35 minutos, o avançado não perdoou. João Pinto não podia voltar a falhar e, mais uma vez sozinho frente a Mijanovic, teve o discernimento e a calma para desviar a bola do caminho do guarda-redes. No segundo tempo, o avançado continuou a construir jogadas perigosas. Fez boas aberturas para os companheiros, que não as souberam aproveitar. Saiu aos 76 minutos para os merecidos aplausos.

Rui Jorge

Bem a defender e a lançar o ataque. Na verdade, o lateral esquerdo parecia estar em todo o lado. Ora na esquerda, ora mais ao centro, mas sempre que era necessário resolver, na sua área de acção, Rui Jorge estava lá. Teve boas arrancadas para ajudar no ataque e dos seus pés saiu o cruzamento para o golo de João Pinto. O defesa subiu rapidamente pelo seu lado e rematou para o centro da área para o esvio de cabeça de Nalitzis e a finalização de João Pinto.

Nalitzis

O grego tinha o papel ingrato de substituir Jardel, que é «apenas» o melhor marcador da I Liga. Muita responsabilidade para alguém que tem poucos minutos de jogo nas pernas e cujas características nada têm a ver com as do brasileiro. Bölöni disse, antes da sua chegada, que se tratava de um avançado semelhante a Niculae. Nalitzis pode ver isso como um elogio, mas Niculae não deve rever-se (de todo) no seu companheiro de equipa. O avançado parece ainda não ter encontrado o seu lugar na equipa e o seu posicionamento no campo. Teve uma tendência para descair para a esquerda e, com isso, o Sporting perdeu um homem de área. Nalitzis tem muito a provar - se é que alguma vez o poderá fazer. Afinal, não se pode exigir o que não tem. Com um mau domínio de bola, este não era, por certo, o avançado que o Sporting precisava. Nota positiva apenas para o cabeceamento que isolou João Pinto no golo leonino.

Everson

O jogador mostra um bom toque de bola e muita rapidez. Jogou mais adiantado com Ferreira, mas, ao contrário do seu companheiro, não se limitou a esperar que a equipa construísse jogadas para o ataque. O brasileiro veio atrás, recuperou e construiu jogo. Everson tem boas arrancadas e mostra boas qualidades técnicas. Foi um dos jogadores que mais problemas trouxe à defesa leonina. Saiu aos 67 minutos, mas, por certo, não foi um castigo por o Farense não ter conseguido marcar. Até porque das vezes em que os algarvios tentaram chegar à baliza de Tiago, Everson esteve quase sempre lá.

Mijanovic

Muito seguro. Não podia ter feito melhor no golo do Sporting e teve duas defesas de se lhe tirar o chapéu. Perto do intervalo, impediu que os algarvios fossem para os balneários a perder por 0-3. Primeiro foi Beto a marcar um livre directo na esquerda. O remate do defesa levava selo de golo, mas Mijanovic esticou-se como pôde para travar a bola. No minuto seguinte, um grande remate de Hugo Viana e lá estava o guarda-redes algarvio para resolver. Teve uma nota menos positiva ao protagonizar um episódio pouco admissível para um jogador com a sua experiência. Mijanovic achou que a bola não estava em condições e decidiu substitui-la. Esta infantilidade valeu-lhe o cartão amarelo, já que o guarda-redes devia ter chamado a atenção do árbitro da partida, que tem o poder de proceder à troca de bola.