Marítimo-Belenenses, 1-2 (crónica)

14 abr 2001, 20:44

Felicidade e ajuda de Musa Três golos num jogo que não mereceria tanto e um vencedor feliz, que marcou a abrir e a fechar, rindo pelo meio do devaneio de Musa Shanon.

Num jogo onde a bola nem sempre foi bem tratada, lutou-se muito e acabou por haver um vencedor, o Belenenses, talvez por ser mais feliz e mais eficaz. A expulsão de Musa Shannon, aos 37 minutos, complicou a vida ao Marítimo, que encontrou pela frente um onze bem organizado e consciente de que nos Barreiros não fácil vencer. Com um golo no início da partida e outro já bem perto do final, os lisboetas acabaram por levar os três pontos, embora sem nunca arriscarem em termos ofensivos. 

Numa tarde de muito calor e mais convidativa para uma ida à praia, o público madeirense saiu uma vez mais desiludido com a actuação da sua equipa. Nelo Vingada foi obrigado a fazer alterações no sua equipa, pois Bakero e Bruno não foram convocados por problemas disciplinares. Ainda mal o público estava sentado nas cadeiras, estavam decorridos escassos cinco minutos, já os lisboetas chegavam ao golo, por intermédio de Verona, após boa combinação com Marcão, perante a passividade da defensiva madeirense. 

Reagiu o conjunto local, mas nunca de forma muito perigosa. Ronaldo, aos 13 minutos viu um golo seu ser anulado, pois o árbitro auxiliar já tinha assinalado fora de jogo antes do jovem brasileiro introduzir a bola na baliza de Marco Aurélio. Mas se o Marítimo estava lento e tinha entrado mal no encontro, pior ainda ficou quando, num acto irreflectido, o liberiano Musa Shannon, agrediu um adversário, lance visto pelo quarto árbitro, que de imediato chamou a atenção de João Ferreira. 

A verdade pela cabeça de Mariano 

Mesmo com menos um jogador, o Marítimo tentou reagir e chegar à igualdade, mas nunca criou ocasiões soberanas de golo. Golo esse que viria a alcançar, no último minuto da primeira parte, por intermédio de Mariano, que desviou muito bem de cabeça, um excelente cruzamento de Iliev. Estava reposta a verdade do jogo, pois não existiam motivos para haver um vencedor. Após este lance, Ronaldo ia ficar isolado, após um lançamento da linha lateral, mas o juiz deu por terminados os primeiros 45 minutos de jogo, sem qualquer tempo de descontos. Pareceu-nos incorrecto, pelas vezes que a partida esteve interrompida e pelo lance que ditou a expulsão de Musa Shannon.  

Na segunda parte, os dois treinadores, embora com razões distintas, não arriscaram nas mudanças que operaram, limitando-se a trocar jogadores por posições. Claro que Marinho Peres tinha um elemento a mais mas não arriscou. Nelo Vingada refrescou o seu ataque, pois Ronaldo estava sozinho na frente. Com um jogador a mais, o Belenenses começou por se aproximar mais da baliza madeirense e, no espaço de quatro minutos, teve três situações perigosas que não soube aproveitar. 

Os locais só por intermédio de Mariano, aos 64 minutos, voltaram a incomodar o guarda-redes brasileiro Marco Aurélio. Depois, os pupilos de Vingada poderiam desfazer a igualdade quando, aos 74 minutos, Quim e Jorge Soares chegaram atrasados a um bom cruzamento de Lino. 

Seba sentencia

Quando já poucos acreditavam que haveria alguma alteração no marcador, o espanhol Seba aproveitou muito bem, aos 83 minutos, uma falha do guarda-redes Nélson, que não conseguiu socar bem a bola, e sentenciou a partida, colocando a sua equipa na frente e premiando a eficácia ofensiva da turma de Marinho Peres. Foi um balde de água fria para uma formação que, com menos um jogador, lutou e equilibrou até onde pode. 

Até ao final, o Marítimo não baixou os braços, mas não teve arte nem engenho para conseguir bater Marco Aurélio. Acabou por haver um vencedor no jogo, embora as duas equipas não tenham criados grandes ocasiões de golo. Aproveitou e foi mais feliz a formação visitante, perante um Marítimo que reencontrou a atitude dos seus jogadores, após o fracasso chamado Luz, mas continua a demonstrar alguma falta de controlo em termos disciplinares que prejudica o colectivo.

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