Campomaiorense-Belenenses, 0-1 (destaques)

5 nov 2000, 19:29

Eliel, marcador e passador No Campomaiorense ninguém se entendia, no Belenenses Eliel e os companheiros entenderam-se às mil maravilhas. Para além de marcar, o ponta-de-lança distinguiu-se nos passes. E Marco Aurélio nas defesas.

Aberração táctica

Torrão começou em teoria como defesa-direito, mas pouco lá andou nos primeiros vinte minutos. Carlos Manuel quereria ter alguém móvel, que ajudasse no meio, porque normalmente o flanco esquerdo do Belenenses está vazio - Verona surge muitas vezes no meio. Só que, logo desta vez, Verona foi mesmo médio esquerdo, e quando surgia no meio tinha de ser Cao a acertar a marcação. Basicamente, ninguém se entendeu naquela equipa, que andou 20 minutos a ver passar os adversários. Depois o Campomaiorense lá acertou posições e marcações, mas no ataque continuou inoperante. 

Eliel

Regressou ao eixo do ataque, com a passagem de Marcão para o banco, e voltou aos golos. Logo aos sete minutos fuzilou Paulo Sérgio com o pé esquerdo, mas destacou-se, sobretudo, nos passes. O ponta-de-lança foi o pivot dos contra-ataques do Belenenses, recuando para receber a bola e servir (e como o fez aos 12 minutos, quando isolou Lito!) na perfeição os colegas. Eliel tem ainda um momento brilhante na segunda parte, quando inventa um espaço improvável em ângulo impossível para rematar à baliza de Paulo Sérgio, que faz uma grande defesa. 

Marco Aurélio

Fez a primeira defesa aos 52 minutos, no terceiro remate do Campomaiorense. Sem ser obrigado a muito trabalho, teve intervenções fundamentais. Aos 61 minutos mostra grande mobilidade ao corrigir o seu movimento e defender um corte defeituoso de Filgueira. Depois teve sobretudo de recolher remates à figura, mas fê-lo sempre com segurança, sem deixar que a floresta de pernas que se atravessava normalmente à sua frente o assustasse. 

Virtude no meio

O Belenenses foi obrigado a jogar sem Cléber, castigado, mas a ausência do brasileiro permitiu a entrada do compatriota Fábio, que tem ficado de fora devido ao excesso de estrangeiros. Fábio jogou um pouco mais adiantado em relação a Tuck e foi fundamental, nascendo dos seus pés muitos dos contra-ataques azuis. O colega do meio-campo destacou-se sobretudo no roubo de bolas e no comando do sector. Tuck jogou com inteligência, organizando as compensações, marcando Constantino antes de Gerson entrar ou caindo nas laterais depois da expulsão de Verona. 

Pesadelo no meio

Se o meio-campo do Belenenses foi uma das grandes armas da equipa, do lado do Campomaiorense foi aí que esteve a explicação da inoperância ofensiva. A missão de Cau é defender e mesmo só fazendo isso o trinco não esteve bem. Poejo e Zaharievski estiveram ainda pior. A sua missão era pensar o jogo da equipa, mas o futebol alentejano foi uma sucessão de repelões e maus passes, sem qualquer sentido. 

Wilson

O patrão da defesa comanda-a na perfeição. Wilson define quem marca, compensa as flutuações dos colegas, faz cortes importantes, é o principal responsável pelo facto de o Belenenses ter a segunda defesa menos batida do campeonato. Renovou esta semana por dois anos - mais dois anos de segurança defensiva no Restelo...

Mais Lidas

Patrocinados