Doping: Polícia Judiciária arranca com investigações sobre nandrolona

3 mai 2002, 11:03

Ministério Público já deu «luz verde» O «caso» nandrolona pode estar ainda no começo. O presidente do IND confirmou o início do processo.

O Ministério Público (MP) já deu luz verde à Polícia Judiciária para arrancar com as investigações sobre os casos de doping que afectaram o futebol português, no final da época passada e no início da presente temporada. O Instituto Nacional do Desporto (IND) recebeu indicações do MP no sentido de que as investigações já estão em curso, dando provimento, assim, à queixa apresentada pelo instituto liderado por Manuel de Brito, em relação a dúvidas que o IND tinha sobre a conduta de «alguns clubes».

Manuel de Brito confirmou ao Maisfutebol que «há uma investigação em curso» e fez questão de esclarecer que ela se refere a «casos da época passada e do início desta», incidindo, por isso, nos processos Marco Almeida, Laelson, Ronaldo, Paulo Pereira, Quim e Glauber. O dossier nandrolona é o que mais preocupa, mas não é aquele esteróide anabolisante não é a única substância que gera inquietações. Médicos, jogadores, treinadores e dirigentes serão (alguns já terão sido) ouvidos pela Polícia Judiciária, num megaprocesso que promete dar muito que falar.

Sem medo das palavras, Manuel de Brito comparou números e não teve dúvidas em assumir uma conclusão: houve condutas reprováveis por parte de alguns clubes no final da época passada: «Além dos quatro casos ilícitos obtidos na época passado, a somar aos dois desta época, houve muitos outros muito, muito próximos dos limites legais. E para aqueles pseudo-especialistas que garantiam que isso tinha ver com a carne de porco, com lavar os dentes, ou com a carne de javali, como é que esses senhores explicam que nos controlos desta época esteja tudo bem? A questão é que houve erros cometidos, houve um alertar da situação e, depois, passou a haver muito mais cuidado. Que ninguém duvide disso».

O líder do IND e do CNAD defende, assim, que «nos casos de doping, chegou-se ao cume da montanha e quando se percebeu isso, foi descer e descer... a pique!»

FIFA e UEFA podem entrar em acção

Ainda que não queira comentar a demora da Comissão Disciplinar da Liga na resolução dos casos Quim e Glauber, Manuel de Brito não deixou de dizer que aguarda «com expectativa» quais serão as decisões. Inconformado com as despenalizações dos processos Marco Almeida e Laelson, o presidente do IND apresentou os casos à FIFA, à UEFA, ao Comité Olímpico Internacional e à Agência Mundial de Anti-Dopagem, órgão máximo em matérias de doping. «Não podemos permitir incitações à prática da dopagem», defendeu Manuel de Brito.

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