O atraso do rei de Espanha que deixou o presidente do Chile irritado

16 mar 2022, 10:47
Gabriel Boric (Associated Press)

Cerimónia de tomada de posse terá começado com 15 minutos de atraso. Boric venceu a segunda volta das eleições presidenciais chilenas, realizada a 19 de dezembro, e tornou-se o mais jovem chefe de Estado da história do país

O novo presidente do Chile, Gabriel Boric, não poupou nas críticas ao rei Felipe VI, numa entrevista à televisão local T13, citada pelo El País, e afirmou que considera "inaceitável" que se tenha atrasado a sua tomada de posse, "porque o Rei de Espanha chegou tarde".

Segundo Boric, a cerimónia começou com 15 minutos de atraso e a culpa foi do rei de Espanha, que foi o último a chegar, entre os 12 chefes de Estado que marcaram presença. A tomada de posse aconteceu em Valparaíso, a 120 quilómetros de Santiago.

No entanto, fonte da Casa do Rei nega que tenha existido atraso deliberado e garante que "a delegação espanhola cumpriu, em todo o momento, as indicações do protocolo e da segurança chilena, que são quem marca o ritmo da chegada".

"Na verdade, a delegação espanhola esteve à espera na fila atrás das outras, até que o protocolo e a segurança dessem instruções de que podia avançar", adianta a mesma fonte.

A tomada de posse aconteceu no passado dia 11 de março e, até agora, o presidente chileno não se tinha pronunciado sobre o atraso do início da cerimónia. No entanto, na entrevista ao programa "Las caras de La Moneda", apresentado por Don Francisco, um dos mais populares do país, Gabriel Boric foi questionado sobre o que tinha achado da tomada de posse e foi aí que atacou o monarca espanhol.

"Pareceu-me inaceitável que se atrasasse a cerimónia porque o Rei de Espanha se atrasou. Mas, pronto, são coisas que acontecem. É preciso aceitar os protocolos estabelecidos", afirmou.

Gabriel Boric e Rei Felipe VI (Foto: EPA/ROYAL HOUSE)

Segundo explica o El Pais, os convidados tinham de fazer 120 quilómetros entre Santiago e Valparaíso no dia da cerimónia, uma vez que, por questões de segurança, não foi permitido usar o aeroporto de Viña del Mar, a cerca de 20 quilómetros do Congresso Nacional, onde se realizou a tomada de posse. Chegadas ao local, as comitivas eram sorteadas em três cordões de segurança, antes de chegarem à sede do Parlamento. 

Quando a hora da tomada de posse se aproximava, ainda havia longas filas de carros que aguardavam para deixar os convidados nas escadas do edifício e cada convidado tinha de esperar que a comitiva anterior saísse totalmente para poder entrar. O rei Felipe VI terá chegado apenas minutos depois do presidente da Bolívia, Luis Arce, mas, assim que entrou, as portas foram fechadas e foi dado início à cerimónia.

Quase três meses depois de vencer a segunda volta das eleições presidenciais chilenas, realizada a 19 de dezembro, o reformista de esquerda Gabriel Boric assumiu a presidência do Chile numa cerimónia solene, tornando-se assim, com apenas 36 anos, o mais jovem chefe de Estado da história do país.

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