Taça da Liga: Nacional-Sp. Braga, 1-3 (crónica)

Marco Milho , Choupana, Madeira
22 dez 2023, 22:28

Bracarenses aguentam a turbulência nos ares da Madeira

Com o Sporting de Braga obrigado a marcar pelo menos dois golos para assegurar a qualificação para a ‘final four’ da Taça da Liga, a deslocação à Madeira para visitar o Nacional convidava a um jogo ofensivo e aberto. Mas a tarefa dos arsenalistas não foi assim tão fácil como provavelmente se suporia nem tão-pouco como os números poderão fazer crer.

Com efeito, a equipa de Artur Jorge foi eficaz e soube capitalizar a vantagem oferecida pelos argumentos à sua disposição, mas foi obrigada a aplicar-se perante um adversário que, mesmo já sem hipóteses de seguir em frente na competição, quis mostrar a sua valia e deixar uma boa imagem.

Isto porque foi precisamente a equipa da casa a conseguir a melhor entrada no jogo, e até contra as expectativas, a exercer um domínio evidente durante o primeiro quarto de hora. Os alvinegros tinham mais posse e obrigavam os arsenalistas a tentar jogar a partir de trás, o que nem sempre acontecia com a fluidez necessária.

O Braga demorou a acertar o passo e foi numa das poucas incursões ao último terço até então executadas, que os bracarenses conseguiram fazer mudar a sua sorte. Numa abordagem menos feliz de Marakis, Ricardo Horta foi tocado em falta na zona lateral da grande área, permitindo aos minhotos uma oportunidade de ouro para marcar e tranquilizar as suas hostes. João Moutinho chamou a si a responsabilidade e foi precisamente isso que aconteceu.

Já em vantagem, mesmo que contra a corrente do jogo, o Braga começou a soltar-se das amarras, enquanto se verificava o efeito inverso no outro lado do campo. Os madeirenses não reagiram bem ao golo sofrido e a quebra foi notória, em oposição a um conjunto minhoto galvanizado, que partia para a frente em busca do segundo tento, obrigatório para carimbar a passagem à meia-final. E o golo chegou, num lance que deixou muitas dúvidas à equipa de arbitragem e que levou mesmo à consulta do VAR.

Foi já com uma desvantagem de dois golos no marcador que a equipa da casa voltou a conseguir furar a defensiva dos arcebispos, em duas ocasiões que mereciam melhor finalização de Witi. Mas a toada mantinha-se e era a formação primodivisionária que se sentia cada vez mais confortável no jogo, evidenciando enfim a diferença de argumentos, e chegando à margem de três golos de vantagem.

Para a segunda parte, o Braga reentrou em força e chegou a introduzir a bola na baliza dos madeirenses pela quarta vez no encontro, ainda que o lance acabasse por ser invalidado por fora de jogo de Pizzi.

Com o jogo mais adormecido, o Nacional foi aproveitando para crescer e tornar-se progressivamente mais perigoso. Isso mesmo ficou patente à passagem da hora de jogo, quando José Gomes respondeu da melhor maneira a um pontapé de canto, ao marcar de cabeça e devolver algum ânimo à equipa da casa.

Mesmo sem hipóteses de continuar na prova, o Nacional mostrava garra e vontade de vender caro o resultado, e os cinco minutos que se seguiram mostraram bem essa ambição da equipa de Tiago Margarido. Foram não menos do que três os lances em que o lateral podia ter reduzido a desvantagem para a margem mínima, num momento em que os homens de Braga pareciam menos tranquilos.

Todavia, a audácia insular não deu efeitos práticos, bastando à equipa bracarense saber gerir e controlar o restante do jogo, que acabou por ter menos ocasiões de perigo à medida que se aproximavam os minutos finais.

Mesmo com alguns momentos de menor fulgor, o Braga assegurou a qualificação com relativa tranquilidade, mesmo perante um Nacional que demonstrou raça e vontade.

Reveja a história do jogo, aqui.

 

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