“Exercício de treino” decorreu na zona ocidental do Oceano Atlântico. Marinha portuguesa acompanhou passagem da fragata Almirante Gorshkov ao largo de Portugal
O Ministério da Defesa russo revelou, em comunicado, esta quarta-feira, que a fragata Almirante Gorshkov testou a capacidade de ataque com mísseis Zircon com um alcance de mais de 900 quilómetros, avança a Reuters.
Na nota, o ministério diz que a fragata executou uma simulação num computador sobre mísseis Zircon, projéteis hipersónicos com capacidade de alcançar alvos a mais de mil quilómetros. O “exercício de treino” decorreu na zona ocidental do Oceano Atlântico.
Os mísseis Zircon têm um alcance de 900 km (560 milhas) e podem percorrer várias vezes a velocidade do som, o que dificulta a defesa contra estas armas.
NEW: “Missile attack, firing hypersonic missiles Zircon”: the frigate “Admiral Gorshkov” delivered a “strike” with a hypersonic missile at a sea target imitating an “enemy” ship
— Avia.Pro - News, events, media (@avia_pro) January 25, 2023
The target was over 900 kilometers away. pic.twitter.com/v4astLTS6l
No mesmo comunicado, a Defesa russa revela ainda que "uma série de exercícios conjuntos com a Marinha da África do Sul e a Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês estão previstos para fevereiro de 2023 ao largo da costa da República da África do Sul".
Na semana passada, a Marinha portuguesa revelou que acompanhou a passagem de dois navios russos, que têm estado a atravessar águas perto de Portugal. Um dos navios foi justamente a fragata Almirante Gorshkov, que teve uma deslocação a oeste da ilha das Flores, no arquipélago dos Açores, até cerca de 1.300 quilómetros.
Já o NRP Sines, em missão na Zona Marítima de Algés, acompanhou o navio reabastecedor Kama entre os dias 19 e 20 de janeiro.
A fragata Almirante Gorshkov saiu no início do ano do porto de Severomorsk, que tem caminho livre para o Oceano Ártico, e foi imediatamente rastreada pela Noruega, que colocou a guarda costeira a acompanhar as movimentações. A rota oficial indicava que a fragata se dirigia até ao mar Mediterrâneo e ao Oceano Índico para participar em manobras navais, mas as autoridades russas não adiantaram mais detalhes.
Este foi a segunda vez que Portugal comunica o acompanhamento de navios de bandeira russa este ano, depois de o navio científico da Federação Russa, o Akademik Aleksandr Karpinskiy, ter passado ao largo da costa.