Morreu Fernando Botero

CNN Portugal , MJC
15 set 2023, 14:12
Fernando Botero (Getty Images)

Pintor e escultor colombiano tinha 91 anos

Morreu, aos 91 anos, Fernando Botero, o mais conhecido artista plástico colombiano. O pintor e escultor morreu em sua casa no Mónaco, informam as agências internacionais. O artista, reconhecido internacionalmente pelas suas enormes e voluptuosas figuras, nasceu em Medellín em 19 de abril de 1932. 

A sua obra esteve exposta em Lisboa: "a exposição de pintura Viacrucis - A Paixão de Cristo", esteve no Palácio da Ajuda, em 2013 e, antes disso, a sua Escultura Monumental" esteve patente na Praça do Comércio, em 1997. Uma das suas esculturas, intitulada "Maternidade", executada em 1989, foi inaugurada, por iniciativa camarária, em 18 de Abril de 1999, no Jardim Amália Rodrigues, no topo do Parque Eduardo VII.

Abordou também temas em resposta imediata à atualidade, como a violência do narcotráfico na Colômbia, que levou a uma série de pinturas em que representava o traficante Pablo Escobar capturado pela polícia, e a tortura na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, sob administração norte-americana, após a invasão de 2003. “Penso muitas vezes na morte e entristece-me deixar este mundo e não poder trabalhar, porque tenho muito prazer no meu trabalho”, afirmou o artista à agência France-Presse em 2012, quando cumpriu 80 anos.

As suas primeiras influências artísticas foram os muralistas mexicanos Rivera, Siqueiros e Orozco e os retábulos barrocos coloniais. Realizou sua primeira exposição coletiva de pintura em Medellín, em 1948, e três anos depois foi para Bogotá, onde teve contacto com a vanguarda colombiana e fez sua primeira exposição individual, na galeria Leo Matiz. Numa entrevista, mais tarde, o artista confessou que demorou anos para conseguir um estilo “radical, diferente e original”. “Comecei a pintar em 1946 e só pintei um quadro que considero com maturidade e coerência em 1964”, explicou. Mas acabou por construir a sua própria identidade dentro da arte figurativa, ao ponto de ser designada de “Boterismo”.

Em 1952, Botero recebeu o segundo prémio no Salão dos Artistas Colombianos, o que lhe permitiu viajar para a Europa, segundo conta o jornal El Mundo.  Ganhou o Prémio Internacional Guggenheim em 1957, que lhe valeu fazer uma exposição no Museu Guggenheim de Nova Iorque, tornando-o um nome conehcido internacionalmente. Um ano depois conquistou a cátedra de pintura da Academia de Arte de Bogotá, cargo docente que ocupou até 1960.

Outro marco em sua carreira foi 1961, quando o MoMa de Nova Iorque adquiriu "A Mona Lisa de Doze Anos". Em 1969 teve sua primeira grande exposição na galeria Claude Bernard em Paris e em 1972 na Galeria Marlborough em Nova Iorque. No ano seguinte mudou-se para Paris, onde realizou as primeiras esculturas, que expôs pela primeira vez na Feira de Arte da capital francesa.

Apesar de residir na Europa, esteve sempre muito presente no seu país. Em 2002 foi inaugurada uma praça com seu nome em Medellín e em 2011 doou o equivalente a cerca de 300 mil dólares para ajudar depois das chuvas que deixaram mais de 300 mortos e dois milhões de desalojados.

Depois de ser absolvido em 2011 das acusações de evasão fiscal na Itália, comemorou no ano seguinte seus 80 anos com inúmeras homenagens, como a exposição itinerante "Fernando Botero. Celebração".

As obras de Botero encontram-se em várias coleções a nível mundial, do Museu Botero em Bogotá, na Colômbia, ao Museu Guggenheim em Nova Iorque e ao Centro Georges Pompidou, em Paris. Ao longo da carreira, Botero recebeu vários prémios e homenagens, como o Prémio Nacional de Artes da Colômbia, em 2000, e a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, em 2004.

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