«Caímos no erro de tentar gerir um jogo que não estava resolvido»

29 out 2022, 18:52
Santa-Clara-FC Porto

Vítor Bruno assume que os jogadores não estiveram ao nível esperado

Declarações de Vítor Bruno, treinador adjunto do FC Porto, na flash interview à Sport Tv, após o empate (1-1) no terreno do FC Porto, em jogo da 11.ª jornada da Liga:

«Entrámos bem, fizemos o golo a abrir e tivemos quatro ou cinco momentos para fazer novo golo e não fizemos. O Santa Clara, na parte final da primeira parte, ameaça com duas ou três chegadas à nossa baliza. O resumo da primeira parte é esse: Santa Clara assente na sua organização ofensiva, com uma muralha forte atrás, bem organizados e nós a tentar, num campo difícil, com alguma dificuldade para circular a bola de forma rápida, obriga a dar dois toques a mais na bola para ter alguma eficácia na forma de ligar e chegar à baliza. O resultado ao intervalo aceita-se, mas podia ser mais dilatado para o FC Porto.

Na segunda parte, tentámos injetar novamente nos jogadores uma capacidade de querer rapidamente fechar o golo e ir à procura do segundo golo. Caímos no erro de nos sentarmos no golo que tínhamos marcado, tentámos controlar o jogo, temos uma ou duas chegadas à baliza mas sem grande contundência e o adversário, quando é assim, acredita, porque está numa posição difícil e agarra-se a tudo o que tem para poder somar pontos. O campeonato é muito competitivo e difícil para todos. Acabam por empatar num lance de bola parada, como nós. A parte final é um bocadinho fruto da forma como a equipa se entrega ao jogo e tenta, já com pouca lucidez.

[Faltou frescura à equipa?] Sim, eventualmente. Essa talvez tem sido a nossa grande missão nos dois dias, entre quarta-feira e hoje. Tentámos ao máximo carregar na barra de energia dos jogadores, porque jogámos 60 e poucas horas depois de jogar na Liga dos Campeões. Nesse jogo, subimos um degrau naquilo que planeámos no início da época, que era poder chegar ao objetivo dos oitavos e conseguimo-lo. Hoje, o objetivo era saltar degraus, não no sucesso, mas na humildade, na forma de atacar o jogo. Não quero dizer que os jogadores não foram humildes. Caíram no erro comum de tentar gerir um jogo que não estava resolvido e, do outro lado, esteve uma equipa que se bateu de forma gralhada, muito brava e empatou com mérito.

[Murro no estômago após resultado na Bélgica?] Sim, é um murro, mas é importante que nós, equipa técnica e jogadores, aprendamos com os erros. É o maior ato de inteligência que o ser humano pode ter: errar e não voltar a cometer o mesmo erro. Lançámos esse desafio aos jogadores, já nos tinha acontecido no passado, quando recebemos o Sporting e tivemos uma vitória contundente e depois vamos a Vila do Conde e foi o que foi. O desafio lançado foi não cair no mesmo erro de chegar aqui e pensar que era um jogo ganho, dar por adquirido. Não foi. Viu-se um adversário muito competente a defender e que se agarra a tudo. Temos de perceber que do outro lado estão 11 jogadores que vão fazer tudo para somar pontos, porque o campeonato é muito à pele e quando não estás no máximo da capacidade... A capacidade de trabalho esteve lá a espaços, no talento houve muita gente que ficou aquém. Procuramos sempre que o todo seja maior que a soma das partes. Nem todas as partes estiveram ao nível que queríamos e o resultado final foi o que foi.

[Um ponto em seis possíveis nas duas últimas jornadas] Penso que esse poderá ser outro erro capital: começar a olhar para a distância do lugar de frente. Temos de olhar para nós, a nossa função diária como equipa técnica é alavancar os jogadores e agarrar-nos à capacidade de trabalho. A sete pontos de distância já fomos campeões, já estivemos à frente e também não fomos. É meter o pé na 'chapa', andar a fundo e tentar colar ao máximo aos que estão na frente para que, quando olharem para o retrovisor, percebam que está alguém atrás que tem capacidade, que veste de azul e branco, foi campeão nacional e vai tentar ser novamente.»

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