«O Bicho viu Coca-Cola a vir para o meu lugar e deu-me logo na cabeça»

24 abr 2020, 20:25

Paulo Ferreira recorda os primeiros momentos com os colegas do FC Porto

Se alguém tiver de descrever Paulo Ferreira, as palavras não andarão muito longe destas: discreto, tímido, reservado. Imagine então um menino com 21 anos, muito envergonhado, a sentar-se à mesa de monstros sagrados do FC Porto. Vítor Baía, Jorge Costa, Paulinho Santos. E imagine esse menino a pedir um refrigerante quando todos os outros bebiam vinho ou cerveja.

«Bebida sem álcool à mesa era proibido nesses almoços», contou Paulo Ferreira, antigo lateral direito dos dragões, no programa ‘FC Porto em Casa’.  «O Bicho ficava à cabeceira da mesa a controlar e ficou a ver para onde ia a Coca-Cola que alguém tinha pedido. Levei logo uma dura.»

Naturalmente, Paulo Ferreira teve de se adaptar às regras da casa e de quando em vez lá abria uma exceção «para um vinhinho».

Esse foi o arranque de uma conversa que levou o ex-jogador para as conquistas da Taça UEFA de 2003 e da Liga dos Campeões de 2004. No percurso para Sevilha, Paulo foi um dos heróis de um jogo em Roma (0-0) e teve de jogar a médio defensivo.

«O Costinha lesionou-se na véspera, teve um hematoma enorme e ficámos chocados com aquilo. Fui médio, mas para mim não havia problema, fosse a trinco ou a extremo direito. Tínhamos uma boa vantagem na eliminatória e jogámos com tranquilidade.»

Nos 99 jogos feitos pelo FC Porto, Paulo Ferreira nunca fez um golo. No Chelsea fez dois em nove temporadas. Frustração? Alguma.

«Nunca marquei um golo no FC Porto, é verdade. Por acaso houve um jogo para a taça em que eu até pensei que o Mourinho me ia deixar marcar um penálti, mas acabou por ser o Nuno, o nosso guarda-redes», brincou Paulo Ferreira no mesmo programa que teve Derlei como co-protagonista.

Paulo Ferreira aproveitou para fazer mea culpa sobre uma ação na final de Sevilha e disse quem eram os colegas de equipa mais difíceis de marcar nos treinos.

«Senti alguma culpa no segundo golo do Celtic, porque era eu que estava com o Larsson. Houve um momento de desconcentração e paguei caro. Felizmente o Ninja fez o golo no prolongamento, quando já estava morto.»

«Os mais difíceis de marcar? O César Peixoto tinha muita qualidade técnica e o Capucho protegia muito bem a bola. Eram dois dos mais difíceis de marcar.»

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