«Joguei no Benfica e no Sporting, mas o FC Porto está noutro patamar»

24 abr 2020, 20:12

Derlei recorda o período passado em Portugal e a passagem pelos três grandes

Derlei e Paulo Ferreira estiveram a colocar a conversa em dia. Colegas de equipa no poderoso FC Porto da era de José Mourinho, o avançado e o lateral direito recordaram as conquistas de Sevilha e Gelsenkirchen e a eliminatória contra a Lazio, mas as revelações não se ficaram por aí. 

O Ninja, por exemplo, foi confrontado com o currículo em Portugal e as passagens por FC Porto, Benfica e Sporting. Afinal, o que sentiu o avançado quando teve de passar para o outro lado da barricada? 

«Joguei no Benfica, ganhei até duas supertaças [e uma Taça de Portugal] pelo Sporting, mas quem me conhece melhor sabe que sou portista desde o momento em que joguei no FC Porto. Foi o clube que mais me deu, está noutro patamar. Mas como bom profissional que fui, dei sempre tudo quando joguei contra o FC Porto», garantiu Derlei no programa 'FC Porto em Casa'. 

O atacante deixou marca essencial nesse Porto de Mourinho [92 jogos/39 golos no total] e não tem dúvidas em atirar para cima do treinador a maior responsabilidade por esse ciclo avassalador. 

«O FC Porto estava há três anos sem ser campeão. O Mourinho chegou, escolheu cerca de dez jogadores do plantel do Porto que tinham características importantes e juntou-lhes os atletas que foi escolher a equipas pequenas. O Paulinho Santos quase não teve oportunidades, mas foi fundamental nesse primeiro ano. As tradições e a mística foram impostas aos mais novos. Pelo Paulinho, pelo Vítor Baía e pelo Jorge Costa, por exemplo», recordou o antigo avançado, agora com 44 anos. 
 
Sobre Paulo Ferreira, o outro entrevistado do dia, Derlei deixou algumas impressões curiosas. Chamou-lhe «velho sacaninha» e disse que era quase impossível vê-lo chateado. 

«Eu e o Paulo viemos de equipas pequenas na mesma altura. A diferença entre nós estava só na idade, pois eu já era mais velho. Tivemos a sorte de apanhar um treinador que sabia o que estava a fazer. O Paulo não abria a boca para nada, não reclamava. Quando estava chateado baixava a cabeça e abanava-a um bocado. Só assim sabíamos que ele estava aborrecido», brincou o Ninja. 

Já agora, e como nasceu essa alcunha? Derlei respondeu a um adepto portista para esclarecer a dúvida.  

«Eu marquei um golo ainda na União de Leiria e celebrei colocando a camisola no rosto, como um ninja. O Maciel e o Jacques, meus colegas do ataque, fizeram o mesmo. Então os adeptos começaram a tratar-me assim. Também era muito guerreiro, combatia o adversário. No FC Porto, o Ninja acabou mesmo por dar origem a uma música. Nem todos tiveram esse privilégio», contou Derlei. 

O avançado chegou ao Dragão no verão de 2002 e saiu em janeiro de 2005 para o Dínamo de Moscovo. Foi bicampeão nacional, ganhou a Taça UEFA e a Liga dos Campeões. 
 

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