Mais tempo de jogo não significa mais tempo útil: a reflexão de Conceição

Vítor Maia , Olival, Vila Nova de Gaia
14 set 2023, 13:43

Treinador trouxe dados para a conversa e frisou que o FC Porto está «nos cento e poucos minutos» no que respeita à média de tempo de jogo, mas é «a pior em tempo útil»

As quatro primeiras jornadas da Liga trouxeram novidades no que respeita ao período de compensação. Os árbitros têm, regra geral, concedido um período de descontos superior ao que era habitual no passado recente. 

Convidado a comentar o tema, Sérgio Conceição mostrou-se a favor da medida, mas alertou que maior tempo de descontos não significa mais tempo útil de jogo.

«A compensação é dada pelas incidências do jogo: situações relacionadas com o VAR, entrada da equipa médica, substituições, festejos de golos, enfim. Tudo isso contribui para que o árbitro decida dar 10, 12, 15 ou 20 minutos. É justo. Era o que todos andavam a pedir», começou por dizer na conferência de imprensa antes da visita à Reboleira.

«O tempo útil de jogo em portugal era dos mais baixos da Europa. Como média de tempo de jogo, nós, FC Porto, estamos nos cento e poucos minutos, mas em tempo de útil de jogo somos a pior equipa. É sinónimo de alguma coisa, deduzo eu. Não digo que façam antijogo contra nós, mas queremos um ritmo alto e intensidade nos nossos jogos e assim é difícil. Se há 10, 15 ou 20 minutos de compensação, temos de perceber quantos desses minutos é que são jogados. Estamos a dizer duas coisas antagónicas, mas que estão associadas na minha opinião. Faz parte da nossa cultura e do querer ganhar, enfim. Cabe ao árbitro decidir se é preciso jogar mais um minuto do tempo de compensação. Esta situação está a acentuar-se no início de época sobretudo por causa dos nossos resultados nas primeira partes», concluiu acerca do assunto.

Numa conversa com os jornalistas que durou mais de 30 minutos, o treinador do FC Porto comentou o facto de o Conselho de Arbitragem da FPF ter decidido tornar públicos os áudios dos diálogos entre árbitro e VAR e lembrou um processo que lhe foi instaurado por declarações na sala de imprensa.

«Tenho de ter cuidado quando falo de arbitragem. Vou dar um exemplo muito curto, mas que vocês vão entender. Numa antevisão a um jogo do Marítimo, falaram-me de um possível antijogo da equipa do Vidigal. Acredito nas estratégias dos treinadores, na qualidade dos jogadores e das equipas técnicas para de forma organizada não sofrerem e tentarem marcar. Mas que se o árbitro entendesse que existia algum tipo de antijogo tinha de dar dez minutos de compensação. Não é que o jogo teve dez minutos de compensação? E eu tive um processo por isso. Custa mais compreender erros do VAR porque não há a pressão do jogo, nem o ambiente do estádio. Está-se confortável e tranquilo para tomar boas decisões, o que não tem acontecido. É uma fase que espero que passe porque não é boa para o futebol português», referiu.

O Estrela-FC Porto joga-se esta sexta-feira, às 19h15, na Reboleira.


 

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