Reino Unido, Barém, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Noruega, Seicheles e Espanha fazem parte da operação Prosperity Guardian
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse na quinta-feira que mais de 20 países vão participar numa nova missão internacional para combater os ataques dos rebeldes iemenitas Houthis contra navios no Mar Vermelho.
"Os resultados têm sido sólidos: até à data, mais de 20 países comprometeram-se a participar. Nos próximos dias, os Estados Unidos continuarão a consultar de perto os nossos aliados e parceiros que partilham o princípio fundamental da liberdade de navegação, e esperamos que a coligação continue a crescer", afirmou o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, durante uma conferência de imprensa.
O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, anunciou na terça-feira o estabelecimento da Operação Prosperity Guardian, com a participação do Reino Unido, Barém, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Noruega, Seicheles e Espanha.
A missão Prosperity Guardian será coordenada pelas Forças Marítimas Combinadas (CMF, na sigla em inglês), que inclui um grupo de trabalho, o CTF 153, criado em abril de 2022 para melhorar a segurança marítima no Mar Vermelho e no Estreito de Bab el-Mandeb.
As CMF são compostas por 39 países, incluindo Portugal.
"É muito importante compreender que os Huthis não estão a atacar apenas um país, estão a atacar a comunidade internacional. Estão a atacar o bem-estar económico e a prosperidade das nações de todo o mundo. Portanto, na realidade, eles tornam-se bandidos ao longo da rota internacional que é o Mar Vermelho", disse Pat Ryder.
Os países da coligação poderão contribuir "da forma que considerarem mais adequada", fornecendo, por exemplo, navios, aviões, pessoal militar ou outro tipo de apoio, acrescentou o porta-voz do Pentágono.
Ryder sublinhou que se trata de "uma coligação defensiva destinada a garantir a segurança da navegação" e que irá patrulhar o Mar Vermelho e o Golfo de Aden para prestar assistência aos navios comerciais que necessitem.
"Os Huthis têm de parar estes ataques e têm de os parar agora (...) Têm de se perguntar a si próprios se se excederam ao enfrentar toda a comunidade internacional e ao ter um impacto negativo em milhares de milhões de dólares no comércio global", concluiu o porta-voz.
O movimento rebelde Huthi pertence ao chamado “eixo de resistência”, juntamente com o Irão, a Síria e os grupos xiita libanês Hezbollah e o palestiniano Hamas.
Após a eclosão da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, os Huthis lançaram vários disparos de mísseis e ‘drones’ contra o sul de Israel e também contra navios que arvoram a bandeira israelita ou que sejam propriedade de empresas israelitas no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb.
Esta semana, as principais companhias de navegação, como a chinesa Cosco, a sua subsidiária OOCL e a taiwanesa Evergreen, suspenderam temporariamente o transporte de carga na rota do Mar Vermelho - uma das principais rotas marítimas do mundo que liga a Europa, a Ásia e a África - juntando-se a empresas como a Maersk e a Hapag-Lloyd.