Alverca-E. Amadora, 3-1 (crónica)

19 nov 2000, 19:08

Ribatejanos deram nova imagem O Alverca alcançou uma importante vitória (3-1) sobre o Estrela. Jesualdo Ferreira alterou finalmente o seu sistema táctico e a equipa esteve irreconhecível. Pelos menos na primeira hora de jogo, os ribatejanos estiveram audazes no ataque e seguros na defesa. Depois tiveram uma recaída. Valeu-lhe o total desacerto do adversário.

O Alverca conseguiu esta tarde uma importante vitória (3-1) sobre o Estrela da Amadora. Os ribatejanos começaram por transmitir uma nova imagem de uma equipa regenerada que parecia ter afuguentado todos os males que a perseguiam. Mas a meio do segundo tempo tiveram uma forte recaída e demonstraram que, afinal, ainda não encontraram o antídoto correcto. Valeu-lhe o desacerto do adversário. A «chicotada psicológica» provocada pela saída de Quinito tarda em fazer efeito para os lados da Reboleira. 

Jesualdo Ferreira alterou finalmente o seu habitual sistema táctico que teimava em não abandonar apesar dos evidentes maus resultados que ia acumulando. Desta vez apostou em dois avançados e dois extremos muito voluntariosos que deram uma nova imagem ao Alverca. 

Com Mantorras e Chiquinho Conde com total liberdade na frente de ataque, Jesualdo Ferreira apostou num meio-campo de força, prescindindo de Milinkovic e apostando em Diogo e Marco Freitas no centro e Ramires e Rui Borges nos flancos. Os médios centrais raramente ousaram ultrapassar a linha de meio campo, mas os extremos subiam com facilidade. 

Neste capítulo destacou-se Ramires. Super-activo nos minutos iniciais, colocou de imediato a defesa do Estrela em sobressalto com rapidíssimas descidas pela direita para chegar à linha de fundo e procurar os avançados do Alverca. 

A agressividade inicial dos ribatejanos abanou toda a estrutura do Estrela. A equipa de Carlos Brito continua a manifestar os mesmos sintomas que apresentava com Quinito. Oferece a iniciativa ao adversário para procurar o contra-ataque mas, depois, encolhe-se e perde elasticidade para chegar à baliza contrária. 

O Alverca esteve irreconhecível. O seu futebol fluia e tudo saía bem. Uma sucessão de pontapés de canto e livres deram indicações que o golo poderia surgir a qualquer momento. Num livre muito bem marcado por Digo, Tiago não conseguiu segurar a bola e, na sobra, surgiu, rapidíssimo, Rui Borges a atirar a bola para o fundo das redes. 

O Estrela procurou reagir e, pouco depois, ainda conseguiu restabelecer a igualdade num lance com muitas culpas para Paulo Santos. O guarda-redes do Alverca estava mal colocado e Djalma limitou-se, na marcação de um livre directo, a colocar a bola onde este nunca poderia chegar. 

Mas os ribatejanos estavam mesmo irreconhecíveis. Atiraram-se para a frente e não demorou até que se encontrassem novamente em vantagem. Ramires, numa magnífica iniciativa pelo flanco direito, evitou dois adversários, simulou o cruzamento mas a bola saiu na direcção de Tiago. O guardião do Estrela, surpreendido, ainda esboçou uma defesa mas a bola acabou por encontrar as suas redes e regressar ao campo. A velocidade do lance deixou dúvidas que Mantorras, rapidamente, tirou, confirmando o golo do seu companheiro. 

Jogava-se com velocidade e anteviam-se mais golos. Ao intervalo os dois técnicos fizeram alterações. Carlos Brito trocou Gaúcho I, completamente ausente, por Cadete e Jesualdo Ferreira regressou ao seu antigo sistema fazendo entrar Milinkovic para o lugar de Chiquinho Conde. Os adeptos, temendo os fantasmas das últimas derrotas, reagiram lançando criticas ao técnico. 

Mas calaram-se pouco depois quando, numa rapidíssima jogada de contra-ataque, Rui Borges, com uma assistência bem medida, libertou Ramires na direita que cruzou de imediato para o coração da área onde Mantorras surgiu para finalizar. 

Tudo corria bem ao Alverca. O Estrela, por seu lado, desmoronou-se por completo. Os jogadores de Carlos Brito perderam a disciplina táctica e estavam perdidos em campo. Jesualdo Ferreira voltou a ser assobiado quando tirou Ramires, sem dúvida o melhor jogador em campo, para colocar mais um «trinco», Bernardo. 

A saída de Ramires trouxe ao de cima todos os sintomas que o Alverca demosntrou nos últimos jogos. Recuou em demasia e o seu raio de acção ficou praticamente limitado ao seu meio-campo. O Estrela, naturalmente subiu, e até final criou algum sufoco na área ribatejana. 

No entanto, Cadete nunca conseguiu ganhar a bola aos centrais do Alverca. Foram inúmeras as bolas que o Estrela bombeou para a àrea de Paulo Santos. Cadete lá ia saltando na esperança que uma delas lhe chegasse à cabeça. Nunca chegou. 

Duas equipas doentes que tardam em recuperar. O Alverca já apresentou melhorias que podem, a breve prazo, transfromar-se na cura definitiva. O Estrela somou a quinta derrota consecutiva e parece longe de encontrar consistência e dinamismo que permitam encarar o campeonato com uma nova atitude. 

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