Pedro Sousa despede-se do Estoril Open: «Não queria, mas chegou a hora»

4 abr 2023, 18:32
Pedro Sousa no Estoril Open (MIGUEL A. LOPES
/Lusa)

Tenista português foi eliminado na primeira ronda, esta terça-feira, pelo francês Luca Van Assche. Na fase de qualificação, anunciara que esta seria a última participação no torneio

O tenista português Pedro Sousa foi eliminado na primeira ronda do Estoril Open, esta terça-feira, pelo francês Luca Van Assche, no jogo que marcou, assim, a sua despedida do Clube de Ténis do Estoril.

O atleta luso, atual 475.º colocado no ranking mundial, perdeu com o francês de 18 anos, atual número 91 do mundo, em três sets, pelos parciais de 6-7 (5-7), 6-3 e 6-1, em duas horas e seis minutos.

Na fase de qualificação, Pedro Sousa, que não disputava o quadro principal no Estoril desde 2019 (chegou à segunda ronda em 2017 e 2018) tinha anunciado que esta seria a sua última participação no torneio português.

«O contexto familiar não me permite disponibilidade para alcançar o que ainda gostava»

Passados três dias desde que o lisboeta escolheu o court central do Clube de Ténis do Estoril para anunciar, em lágrimas, a sua última participação no único torneio ATP luso, Pedro Sousa apontou ao «contexto familiar» para explicar que não consegue ter «a disponibilidade física e mental» para alcançar o que ainda pretenderia na modalidade. O atleta de 34 anos remeteu para breve, para um dos dois challenger de Oeiras, agendados para meados de abril e meados de maio, o final de carreira.

«Não era agora que eu queria [ndr: parar], se pudesse continuava, mas tenho de perceber o contexto onde eu estou neste momento e o meu contexto familiar não me permite ter a disponibilidade física e mental para alcançar os objetivos que eu ainda gostava no ténis. Por isso, acho que não valia a pena continuar nessas condições. Não me motivava o suficiente e algum dia tinha de ser e acho que chegou a hora», explicou, em declarações à Lusa.

Embora as lesões tenham sido o maior adversário na carreira de Pedro Sousa, não foi nenhum problema físico a motivar o adeus. Foi, sim, o facto de ter sido pai nos últimos tempos. Manuel «faz três anos em agosto» e assistiu, pela primeira vez ao vivo, a um encontro do pai neste Estoril Open. Caetana, sua filha, tem dez meses.

«As noites são muito mais difíceis, os tempos de descanso praticamente não existem e para me preparar para uma época longa e com bastantes viagens e bastantes torneios é-me difícil. Ainda sem meter a parte das viagens ao barulho… Não podia estar cinco ou seis semanas fora como estava antigamente sem dar justificação nenhuma a ninguém, por isso tudo isso pesou um bocadinho», confessa, rotulando a decisão de «bastante difícil».

«Ainda por cima, ainda sinto que posso jogar bem, que posso estar em condições. É uma decisão difícil, mas quando olho para a balança e vejo o que está de um lado e do outro, torna-se mais fácil, ou torna-se fácil até, por isso é o que é, claro que me custa, mas tem de ser», prosseguiu.

Sobre o seu percurso, referiu: «Claro que cometi erros como toda a gente, claro que poderia ter melhorado um par de coisas ou ter feito um par de coisas diferentes que não fiz, mas naquela altura era o que me parecia certo, por isso não há arrependimentos. Fui o que consegui. Tenho orgulho na minha carreira: fui top 100, fui número um português, fui aos Jogos Olímpicos [Tóquio2020], fiz uma final no ATP [Buenos Aires 2020], ganhei oito challengers e estou orgulhoso com isso», enumera, apontando que a «única coisa» que «fica encravada» na pré-anunciada despedida é «o Grupo Mundial da Taça Davis e ter perdido uma final no CIF [Club Internacional de Foot-ball] que seria a mais especial de ganhar».

Sobre o futuro, diz que ainda não sabe a ligação que vai ter ao ténis quando arrumar as raquetes, mas define o CIF como a sua «casa». «Acho que eventualmente, não sei se agora ou mais tarde, [ndr: o futuro] vai ser ligado [ao CIF], porque foi um clube que me deu tudo, não só é a minha casa como é a casa da minha família, por isso acho que mais tarde ou mais cedo vou lá parar», diz, ressalvando que ainda vai «jogar um ou dois torneios mais».

Relacionados

Estoril Open

Mais Estoril Open

Mais Lidas

Patrocinados