Venezuela liberta dois prisioneiros americanos como gesto de boa-fé após negociações com EUA

CNN Portugal , com Lusa
9 mar 2022, 00:52
Yuri Ivanovich Borisov e Nicolás Maduro (EPA/Rayner Pena R.)

De acordo com fontes familiares com o caso, os encontros diplomáticos pretendem chegar a acordo com o levantamento das sanções económicas ao país de Nicolas Maduro

A Venezuela libertou esta terça-feira dois cidadãos norte-americanos que se encontravam detidos no país, naquilo que é descrito como "um gesto de boa-fé" para com a administração Biden, após uma visita oficial de uma delegação diplomática ao país.

De acordo com fontes familiares com o caso, os encontros diplomáticos estão focados não só na libertação de cidadãos norte-americanos, mas também no possível alívio das sanções económicas ao país de Nicolas Maduro, de forma a permitir os EUA colmatarem a procura de petróleo russo com produtos petrolíferos venezuelanos, depois de Joe Biden ter anunciado o embargo ao petróleo russo.

Uma das pessoas alvo deste gesto de boa fé é um dos cinco ex-administradores da empresa Citgo Petroleum Corp detidos na Venezuela desde 2017.

O Presidente da Venezuela anunciou hoje que vai restabelecer o diálogo com a oposição, suspenso desde outubro de 2021, para facilitar a recuperação económica e contribuir para a estabilidade do país. “Decidimos reativar o processo de diálogo nacional com todos os sectores políticos, económicos e religiosos do país. Vamos reformatar o processo de diálogo nacional [para que seja] mais inclusivo e mais amplo”, disse hoje Nicolás Maduro.

O chefe de Estado falava à televisão estatal venezuelana após uma reunião de trabalho com o Estado-Maior, os vice-presidentes venezuelanos e o ministro das Relações Exteriores, Félix Pasencia, que ocorreu no palácio presidencial de Miraflores. “Este diálogo deve prover todas as garantias políticas para os próximos anos (...). Vamos dinamizar o processo de diálogo político para um encontro com todos os sectores”, frisou Nicolás Maduro.

O Presidente da Venezuela referiu-se ainda à visita, durante o fim de semana, de uma delegação norte-americana a Caracas para falar de temas energéticos, que considerou ter sido “cordial e muito diplomática”. Sem avançar com detalhes sobre os temas que foram abordados, explicou que esteve acompanhado na reunião do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e pela primeira-dama, Cília Flores.

“Chegámos a um acordo para trabalhar numa agenda para o futuro. Achei muito importante falar cara a cara sobre questões de interesse para a Venezuela e para o mundo”, sublinhou. Nicolás Maduro manifestou-se ainda preocupado com a possibilidade de que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia desencadeie numa guerra que envolva toda a Europa e se expanda pelo resto do mundo.

E.U.A.

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