"Juraram fidelidade ao Estado Islâmico". Irmãos iraquianos detidos em Portugal condenados a 16 e 10 anos de prisão

18 jan, 17:14
Sala de audiências

Os dois irmãos, de 36 e 34 anos, estavam em Portugal desde março de 2017, altura em que começaram a ser monitorizados pela PJ. Em 2021, foram detidos e ficaram em prisão preventiva até agora

Os dois irmãos iraquianos que estavam acusados de terrorismo foram condenados a 16 e 10 anos de prisão por adesão a organização terrorista e crimes de guerra.

Depois de cumprirem dois terços da pena, os irmãos serão expulsos de Portugal.

Amaar Ameen e Yassir Ameen, de 36 e 34 anos, respetivamente, foram considerados culpados de adesão ao Estado Islâmico.

Na leitura do acórdão que efetivou a decisão, a juíza Alexandra Veiga disse que ambos "juraram fidelidade ao Estado Islâmico", dizendo mesmo que os dois irmãos ocuparam posições na organização terrorista responsável por vários atentados na Europa, como o realizado na sala de espetáculos Bataclan, em Paris.

O Ministério Público (MP) acusou em setembro de 2022 os dois iraquianos de adesão a organização terrorista, crimes de guerra contra as pessoas e, quanto a um deles, também de crime de resistência e coação sobre funcionário. Nas alegações finais do julgamento, o MP tinha pedido a condenação dos arguidos a uma pena única, em cúmulo jurídico, situada perto da pena máxima de 25 anos de prisão.

No inquérito conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), foi investigada a atividade dos arguidos enquanto Inteligência durante a ocupação do Iraque por essa organização terrorista, designadamente entre 2014 e 2016.

Permanecendo em Portugal desde março de 2017, vindos da Grécia, ao abrigo do programa de recolocação para refugiados da União Europeia (UE), Ammar Ameen e Yasir Ameen estão em prisão preventiva desde setembro de 2021, quando foram detidos pela Polícia Judiciária. Os dois homens estavam a ser monitorizados e vigiados pela Polícia Judiciária desde que chegaram ao país.

Um dos irmãos trabalhava no restaurante Mezze, em Arroios (Lisboa), quando o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitaram aquele espaço reconhecido por integrar refugiados.

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