Jerónimo abre a porta a Costa: "PS tem a opção de convergir à esquerda com a CDU"

30 jan 2022, 22:39
Jerónimo de Sousa (Lusa/Miguel A. Lopes)

Depois de uma derrota eleitoral, e já sabendo que grandes figuras do partido não vão estar no Parlamento, Jerónimo de Sousa voltou a apontar o PS como responsável pelas eleições antecipadas

O secretário-geral do PCP abriu a porta a um diálogo com o PS, em detrimento de uma aproximação dos socialistas ao PSD. Para Jerónimo de Sousa, esse é um dilema que terá de ser analisado pelo PS: “A questão que está colocada é a de saber quais as opções que se colocam ao país. O PS tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD, ou convergir à esquerda, com a CDU”.

Jerónimo de Sousa admite um “resultado aquém do trabalho realizado” na preparação das eleições. Para o dirigente comunista, que afastou responsabilidades pela realização das eleições antecipadas, os resultados das legislativas surgem num favorecimento da “construção de um bloco central” e de uma bipolarização do sistema.

Essa responsabilidade, diz o secretário-geral do PCP, recai na vontade do PS de ter uma maioria absoluta, o que, com “em convergência com o Presidente da República precipitou a realização de eleições”.

No apelo à convergência dirigido ao PS, Jerónimo de Sousa deixou o caderno de encargos para António Costa, nomeadamente, um “desenvolvimento económico sustentando, o “aumento geral dos salários, incluindo um aumento significativo” dos salários médio e mínimo, a revogação “das normas gravosas” da legislação laboral, assim como um aumento das pensões e das prestações sociais.

“É uma pena”, disse o secretário-geral comunista sobre o resultado da CDU, que deverá indicar uma perda de quase metade dos deputados e o fim da representação parlamentar do PEV.

No entanto, o líder do PCP disse que o partido não se dá por derrotado.

“Permitam-me que termine… Não sei, estou inspirado… Quando um homem perde os bens, perde pouco. Quando perde a dignidade, perde muito. Quando perder a coragem, perde tudo”, sustentou.

Mesmo sem saber os resultados finais, é certo que a CDU vai perder parte dos 12 deputados que elegeu em 2019.

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