Taxa de abstenção nas eleições da Madeira foi de 46,66% (e retoma tendência de subida)

Agência Lusa , CM
24 set 2023, 23:46
Eleições na Madeira (Lusa/Paulo Novais)

O valor recorde da abstenção desde 1976, ano das primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, tinha-se registado em 2015, quando não foram votar 50,42% dos 256.755 eleitores inscritos

A taxa de abstenção nas eleições da Madeira foi de 46,66%, retomando a tendência de subida que se tinha verificado em todas as eleições para a Assembleia Legislativa da região autónoma desde 1984.

Segundo os resultados provisórios das eleições divulgados no pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, depois de apuradas todas as freguesias, a abstenção situou-se nos 46,66%, quando estavam inscritos 253.865 eleitores (135.413 votantes).

O valor recorde da abstenção desde 1976, ano das primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, tinha-se registado em 2015, quando não foram votar 50,42% dos 256.755 eleitores inscritos.

Há 43 anos, no primeiro escrutínio para o parlamento madeirense, 25,21% dos 143.403 eleitores não foram às urnas, mas foi quatro anos depois, em 1980, que se obteve a menor taxa de abstenção em regionais na Madeira: 19,15% (estavam recenseados 153.439 eleitores).

Em 1984 começou a tendência de subida, com a taxa a chegar aos 28,57% (169.419 eleitores recenseados) e em 1988 para os 32,35% (185.340 eleitores inscritos).

Nas duas décadas seguintes, os números continuaram sempre a subir: 33,47% em 1992 (196.589 eleitores recenseados), 34,74% em 1996 (208.486 eleitores recenseados), 38,09% em 2000 (209.541 eleitores recenseados) e 39,53% em 2004 (227.774 eleitores recenseados).

Em 2007, a abstenção ‘estagnou’, mantendo-se em 39,25% (231.606 eleitores recenseados), para voltar a subir em 2011, para os 42,62% (256.755 eleitores recenseados) e, depois, para pouco mais de 50% em 2015.

Em 2019, a taxa de abstenção foi de 44,49%, num ato eleitoral com 257.232 eleitores inscritos.

A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições legislativas da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.

Os sociais-democratas e os centristas obtiveram 43,13% dos votos (58.399 votos) e 23 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.

Há quatro anos, o PSD elegeu 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinha desde 1976, e formou um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O parlamento regional é constituído ainda por 19 deputados do PS, três do JPP e um da CDU (PCP/PEV).

A segunda força política mais votada esta noite foi o PS, com 21,30% dos votos e 11 mandatos, quando há quatro anos tinha conseguido 36,59% dos votos e 19 mandatos.

O JPP conseguiu 14.933 votos, o que representa 11,03%, e cinco mandatos, quando em 2019 tinha alcançado três mandatos e 7.830 votos (5,59%).

A quarta força política mais votada foi o Chega, que na segunda vez que se apresentou a votos nas regionais da Madeira conseguiu 8,88% (12.028 votos). O partido vai estrear-se no hemiciclo regional com quatro deputados.

Em quinto lugar ficou a CDU (PCP/PEV), com 2,72% e 3.677 votos, o que lhe permitiu manter o deputado único que tinha no parlamento regional.

Seguem-se, na lista dos resultados, três partidos que conseguiram eleger um deputado cada um: a Iniciativa Liberal, que também vai estrear-se no hemiciclo, depois de obter 3.555 votos (2,63%), o PAN, com 3.046 votos (2,25%), e o Bloco de Esquerda, com 3.036 votos (2,24%).

Tanto para o PAN como para o Bloco de Esquerda este é um regresso à Assembleia Legislativa Regional.

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