"Ter um país de salários dignos, ao nível da Europa, não é um país de mil euros"

Agência Lusa , PP
7 jan, 18:00

Mariana Mortágua critica Pedro Nuno por não “romper com políticas” da maioria absoluta

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, considerou hoje uma “incoerência óbvia” o discurso do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, por não “romper com as políticas” da maioria absoluta.

“O futuro não pode ser continuar as políticas da maioria absoluta. A promessa de continuidade com as políticas da maioria absoluta é um erro e é uma desilusão face a quem esperava uma mudança”, disse este domingo Mariana Mortágua, no Barco, concelho da Covilhã, à margem de uma conversa com a população, que contesta a exploração mineira na serra da Argemela.

Mariana Mortágua considerou uma “incoerência óbvia” o partido que apresenta problemas que são reais do país, seja o mesmo que governou nos últimos anos com maioria absoluta, que “teve todas as condições, maioria parlamentar para fazer diferente, e não fez”.

Segundo a coordenadora do Bloco de Esquerda, que se apresentou na visita ao lado da cabeça de lista às eleições legislativas de 10 de março pelo círculo eleitoral de Castelo Branco, Inês Antunes, “é preciso dizer ao país de que forma é que se vai fazer diferente”.

“É pouco útil reconhecer e fazer um diagnóstico dos problemas do país quando depois as soluções que se apresentam não são soluções, porque são mera continuidade da política da maioria absoluta, que agravou esses mesmos problemas”, acrescentou Mariana Mortágua.

 Referindo-se ao discurso proferido por Pedro Nuno Santos no encerramento do congresso do PS, a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que apontar para um salário mínimo nacional de mil euros em 2028 “significa um aumento inferior ao que foi feito este ano”.

“Nós não queremos um país de mil euros. Ter um país de salários dignos, ao nível da Europa, não é um país de mil euros, é preciso muito mais do que isso”, salientou.

A coordenadora do Bloco de Esquerda disse ainda que não se combate a crise da habitação com uma medida que fala sobre como é que as rendas podem aumentar, mas sim respondendo à questão de como é que se baixa o preço das casas.

Mariana Mortágua defendeu ser necessário “virar a página”, apresentar medidas concretas, soluções diferentes para resolver os problemas e criticou a intervenção de Pedro Nuno Santos sobre a saúde, sublinhando que o BE tem medidas com o objetivo de fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Aquilo que o secretário-geral do Partido Socialista diz é que vai fazer exatamente o mesmo que a maioria absoluta tem feito. Ora, isso não serve, isso não responde ao país. É preciso romper com essa política da maioria absoluta, virar a página, encontrar outras soluções para os problemas que se têm agravado durante a maioria absoluta”, preconizou a dirigente do Bloco de Esquerda.

A coordenadora do BE assumiu na sexta-feira o compromisso de, após as legislativas de março, “negociar um acordo de maioria para um programa de Governo” de esquerda que terá de ter medidas concretas para resolver problemas na saúde, educação, habitação ou salários.

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