"A Polónia está de volta à Europa". Donald Tusk promete persuadir "membros mais difíceis" da UE no apoio à Ucrânia

Agência Lusa , SM
13 dez 2023, 19:32
Donald Tusk no parlamento da Polónia (Michal Dyjuk/AP)

Na chegada à cimeira da União Europeia em Bruxelas, o novo primeiro-ministro da Polónia anunciou que se ia dedicar ao fortalecimento do Estado de Direito

O novo primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, afirmou esta quarta-feira que o seu país “está de volta à Europa”, após oito anos de um governo conservador e nacionalista, acusado de retrocessos no Estado de Direito e confrontos com a Comissão Europeia.

“A Polónia está de volta aqui na Europa e este é para mim o momento mais importante da minha vida política. Não foi uma tarefa fácil”, declarou o político, que foi primeiro-ministro entre 2007 e 2014, ao chegar a Bruxelas para a cimeira da União Europeia com os líderes dos Balcãs Ocidentais.

O novo chefe do Governo polaco disse que se dedicará ao fortalecimento do Estado de Direito, dos padrões democráticos, da liberdade de expressão e dos direitos humanos.

“É uma reflexão muito triste que ainda tenhamos que falar destes valores fundamentais em 2023, pelo menos em alguns Estados-membros”, lamentou.

Tusk, que entre 2014 e 2019 foi presidente do Conselho Europeu, considerou que o seu regresso ao Governo polaco “é também um momento muito especial devido ao contexto geopolítico”.

"Estou um pouco triste porque nada mudou. A situação piorou ainda mais quando se trata especialmente da Ucrânia e da agressão russa", comentou.

O líder polaco disse também que, quando presidiu ao Conselho Europeu, tinha fama de ser obcecado pela Rússia, acrescentando que não está “satisfeito” por afinal ter razão.

“Gostaria de não ter estado certo”, referiu, sustentando que “o mais importante, como Europa, é apoiar eficazmente a Ucrânia” e recusar qualquer “apatia ou fadiga” em relação a Kiev.

“Isto é algo inaceitável, porque não estamos a falar apenas da Ucrânia e da guerra e da agressão russa. Estamos a falar do nosso futuro”, afirmou.

A Hungria e a Eslováquia são atualmente os Estados-membros da UE mais relutantes em continuar a apoiar a Ucrânia face à invasão russa.

Tusk anunciou que usará a persuasão na cimeira europeia, que se inicia na quinta-feira, para convencer aqueles que têm dúvidas sobre a importância de continuar a apoiar Kiev.

“O que precisamos hoje é fortalecer esta crença de que a Ucrânia pode vencer esta guerra, que podemos vencer este confronto não só contra a Rússia, mas contra o mundo que é contra os nossos valores e interesses fundamentais. Temos porventura alguns membros mais difíceis do que outros neste contexto e tentarei também persuadi-los a fazer algo mais positivo", declarou.

No caso da Hungria, Tusk admitiu que existe “uma diferença real” entre o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e os outros 26 Estados-membros da União Europeia.

No entanto, disse que Orban é um político “muito pragmático”, o que deve ser interpretado como um elogio.

A Hungria está relutante em apoiar nova ajuda à Ucrânia, seja para a entrega de armas ou munições, seja para financiamento a longo prazo para o país no quadro das negociações sobre a revisão do orçamento plurianual da UE.

Além disso, também não demonstrou qualquer inclinação para dar luz verde à abertura de negociações com a Ucrânia para a sua adesão à União, conforme recomendado pela Comissão Europeia.

Europa

Mais Europa

Patrocinados