"Tirar o saleiro da mesa também pode ajudar". Estudo liga sal ao risco de diabetes tipo 2

1 dez 2023, 09:00
Sal (foto: Jason Tuinstra/Unsplash)

Quando refletimos sobre alimentos associados à diabetes tipo 2, normalmente vem ao pensamento o açúcar. Mas existe um novo estudo nos EUA que argumenta que o sal também pode ser um elemento de risco da diabetes tipo 2

Por norma associamos o açúcar ao aparecimento de diabetes, mas há outro ingrediente bem comum da culinária que pode estar associado ao aparecimento desta doença, nomeadamente o diabetes tipo 2. Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Tulane, em Nova Orleães, e que foi publicado pela Mayo Clinic, comprovou que cerca de 13 mil pessoas desenvolveram diabetes tipo 2. Isto num universo de 400 mil pessoas que foram seguidas ao longo de 12 anos, sendo que o estudo sugere uma possível associação entre o aparecimento da doença e o consumo de sal na alimentação.

A recolha dos dados em relação ao consumo de sal resumia-se a uma questão muito simples: “Adiciona sal aos seus alimentos?” (excluindo o sal utilizado ao cozinhar), ao qual eram apresentadas quatro hipóteses de resposta: "nunca/raramente", "às vezes", "normalmente" ou "sempre". Não era, por isso, possível identificar a quantidade de sal associada ao risco de desenvolver diabetes tipo 2.

"Já sabíamos que limitar o sal pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e hipertensão, mas este estudo mostra pela primeira vez que tirar o saleiro da mesa também pode ajudar a prevenir a diabetes tipo 2", disse o principal autor do estudo, Lu Qi, que é professor naquela universidade.

Apesar das conclusões, o estudo refere que é necessário maior aprofundamento para se entender exatamente como é que a ingestão de sal pode estar ligada a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. Lu Qi acredita, ainda assim, que o facto de a comida ter mais sal também leva as pessoas a comerem maiores porções, o que ajuda a desenvolver os fatores de risco destas e de outras doenças, como a obesidade.

Em países como o Reino Unido duas colheres de sal por dia, que corresponde a cerca de oito gramas, é uma ingestão normal. A verdade é que três quartos desse valor são provenientes de alimentos processados, sendo que o restante é utilizado na confecção de alimentos. Segundo o Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla original), o consumo de sal diário deveria limitar-se a seis gramas.

Uma vez que a redução da ingestão de sal se trata de um objetivo de saúde pública, é necessário clarificar os dados. Por isso mesmo os investigadores adotaram outro tipo de abordagem, concluindo que o método mais eficaz para medir o consumo de sódio ou sal é através da perda de sal na urina dos participantes, numa medição feita ao longo de 24 horas.

Alguns estudos comprovam que o aumento do consumo de sal, medido pela presença de sódio na urina, pode estar associado a um aumento dos níveis da hormona do stress, o cortisol. Esta hormona tem sido associada a um elevado aumento da pressão arterial e a uma perda de eficácia da hormona insulina, que controla os níveis de glucose no sangue, sendo por isso um fator crucial para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.

Embora sem certeza do quanto devemos reduzir a ingestão de sal na nossa alimentação devido a patologias associadas, o estudo conclui que consumir menos sal poderá reduzir o risco de diabetes tipo 2. Além disso, manter um peso saudável e ser fisicamente ativo são algumas das recomendações para a redução deste risco.

E.U.A.

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