Passou 33 anos na prisão até ser ilibado de um crime que não cometeu. "É uma luta, acordar todos os dias sabendo que se é inocente e estar fechado numa cela"

Agência Lusa , AM
26 mai 2023, 07:37
Daniel Saldana (Associated Press)

Daniel Saldana tinha sido condenado por ter disparado contra um carro com seis adolescentes. Depois de ter passado 33 anos na prisão, um outro condenado confessou que, afinal, o operário da construção civil "não esteve envolvido no tiroteio de forma alguma"

Um condenado por tentativa de homicídio nos Estados Unidos foi declarado inocente e libertado depois de ter passado 33 anos na prisão, anunciou na quinta-feira o procurador do condado de Los Angeles.

Daniel Saldana, de 55 anos, foi condenado em 1990 por ter disparado contra um carro com seis adolescentes que saíam de um jogo de futebol americano numa escola secundária em Baldwin Park, a leste de Los Angeles, na costa oeste dos Estados Unidos. Dois estudantes ficaram feridos, mas sobreviveram.

Saldana, um dos três homens acusados pelo ataque, tinha 22 anos na altura do tiroteio e trabalhava a tempo inteiro como operário da construção civil. Foi um dos três homens acusados do ataque.

Condenado por seis acusações de tentativa de homicídio e uma acusação de disparo contra um veículo ocupado, Saldana foi condenado a uma pena de 45 anos a prisão perpétua.

Numa conferência de imprensa, na quinta-feira, com o procurador George Gascón, Saldana disse estar grato por ter sido libertado.

"É uma luta, acordar todos os dias sabendo que se é inocente e estar fechado numa cela", acrescentou.

O gabinete de Gascón começou a investigar, em fevereiro, depois de um outro condenado ter dito às autoridades, durante uma audiência de liberdade condicional em 2017, que Saldana "não esteve envolvido no tiroteio de forma alguma, nem presente durante o incidente", disse o procurador.

Um ex-vice-procurador distrital esteve na audiência "mas aparentemente não fez nada" e não partilhou as informações com Saldana ou o advogado, conforme exigido por lei, disse Gascón.

Isso levou Saldana a passar mais seis anos na prisão, até à reabertura do caso e a ser declarado inocente, indicou Gascón, que apresentou um pedido de desculpas.

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