Relatório da CPI: ida de Alexandra Reis para a NAV não foi compensação por sair da TAP

5 jul 2023, 00:46
Alexandra Reis, ex-administradora da TAP, na Comissão Parlamentar (Lusa/ Antonio Cotrim)

Documento assenta na própria linha temporal para mostrar que o Governo não tinha garantias de estar em funções quando foi negociada a saída da antiga administradora da TAP

O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP descarta que tenha havido uma ligação entre a saída de Alexandra Reis da companhia aérea e a sua escolha para a liderança da NAV.

“Não existiu qualquer pressão ou intervenção política por parte das tutelas da NAV, tendo Alexandra Reis rejeitado que tenha existido interferência do Governo na gestão corrente da empresa, durante os cincos meses no exercício de funções”, pode ler-se no documento.

Alexandra Reis foi escolhida para a NAV pelo então secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Santos Mendes. Contudo, o relatório assenta também na própria linha cronológica para descartar que a ida de Alexandra Reis para a NAV tenha sido uma compensação por ter saído da TAP.

Isto porque entre a renúncia na TAP, “num processo decorrido entre 4 de janeiro e 4 de fevereiro de 2022” e a nomeação para a presidência da NAV em junho de 2022, diz o relatório, “importa lembrar que Sua Excelência o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa marcou eleições legislativas para o dia 30 de janeiro de 2022 e dissolveu a Assembleia da República, sendo imprevisíveis os resultados das eleições subsequentes”.

Ou seja, nesta versão do relatório, que ainda será sujeita a votação pelos diferentes partidos, o Governo não tinha como compensar Alexandra Reis pela saída da TAP, já que não tinha qualquer garantia de que ele próprio estaria em funções.

“Não existem evidências de qualquer conexão entre a saída da TAP e o convite e respetiva nomeação para a NAV. Todas as declarações sobre esta matéria, como as Hugo Mendes, Christine Ourmières-Widener e a própria Alexandra Reis, apontam para o desconhecimento de tal possibilidade, aquando do processo de renúncia na TAP. O perfil, as sólidas competências e o conhecimento profundo do setor por parte de Alexandra Reis foram os motivos apontados pelos então governantes para esta escolha”, atesta o documento.

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