CP nega acusações do sindicato e refuta a ideia de que estão em causa postos de trabalho

Agência Lusa , CNC
16 mai 2023, 15:10
Comboios da CP (António Pedro Santos/Lusa)

Após a convocação de greve pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) para dia 31 de Maio, a CP garante que o acordo com o sindicato dos maquinistas não coloca em causa os postos de trabalho dos operadores de revisão e venda e assegura que aplica uma política de equidade salarial.

A CP – Comboios de Portugal rejeitou hoje as acusações do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que convocou uma greve para o dia 31 de maio, garantindo que os postos de trabalho não estão em causa.

Num comunicado, a operadora, comentando as “recentes declarações públicas” da estrutura sindical", disse que se orgulha “da sua política de equidade salarial”.

“Refutamos categoricamente a alegação de que haja discriminação salarial entre os nossos trabalhadores”, assegurou, salientando que a sua “política salarial é aplicada de forma equitativa a todas as categorias de trabalhadores”.

No entanto, vincou a transportadora, “num esforço para promover ainda mais a equidade e para valorizar os trabalhadores com salários mais baixos”, a CP disse que tem “aplicado aumentos adicionais mais significativos a esses grupos”. O respeito “pelos nossos trabalhadores é um pilar fundamental da nossa organização, e é evidente na forma como estruturamos a nossa política salarial”, salientou.

A CP disse ainda que “tem como prioridade a segurança dos seus passageiros, trabalhadores e do público em geral”, garantindo que “o regime de agente único, aplicado há mais de 20 anos em marchas em vazio, não viola qualquer regra de segurança”.

A operadora ferroviária assegurou que “este regime é usado exclusivamente quando um comboio circula sem passageiros a bordo, em movimentos de e para os parques e oficinas para a realização de intervenções de manutenção” e que “a segurança nunca foi, nem será, comprometida”.

Paralelamente, disse a CP, “contrariamente ao que foi afirmado pelo SFRCI, os postos de trabalho dos ORV [Operadores de Revisão e Venda] não estão em risco”, referindo que, “pelo contrário, a CP está atualmente a recrutar para esta função, devido à falta de ORV” e que “a declaração de que os postos de trabalho estão em causa é, portanto, falsa e infundada”.

“A CP gere os seus recursos com responsabilidade e eficiência. Seria ilógico e irresponsável alocar um ORV a um comboio que circula sem passageiros a bordo e se desloca para um parque ou uma oficina, ainda mais num momento em que enfrentamos a falta de ORV, e estamos ativamente a recrutar”, salientou a empresa.

A CP assegurou ainda que “cumpre estritamente o acordo de empresa”, referindo que “as alegações de violação são totalmente falsas e sem base factual”.

O SFRCI convocou uma greve de 24 horas para o dia 31 de maio na CP, considerando que o acordo com os maquinistas "jamais trará a paz social à empresa".

Num comunicado divulgado esta segunda-feira, o SFRCI revelou que, "em representação dos trabalhadores ferroviários da CP", entregou um "pré-aviso de greve de 24 horas para o dia 31 de maio de 2023".

"A direção deste sindicato, no seguimento de reunião com a Administração da CP realizada no dia 10 de maio 2023, ao ter conhecimento dos termos do acordo realizado entre esta e o sindicato dos maquinistas, verificou que esse acordo coloca em causa o acordo realizado entre Ministério das Infraestruturas, IMT, CP com o SFRCI em conjunto com outras ORT [organizações representativas dos trabalhadores] em 2018, no que respeita as regras de segurança da circulação de comboios", referiu, na mesma nota.

Já hoje, o SNTSF – Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário e a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) anunciaram que entregaram, também na segunda-feira, um pré-aviso de greve para a CP, com a duração de 24 horas para o próximo dia 31 de maio".

De acordo com as estruturas, as razões da greve são a reabertura do processo negociação, o aumento dos salários que reponha o poder de compra perdido, a valorização das carreiras profissionais, a contratação de trabalhadores e contra a destruição de postos de trabalho e o cumprimento do acordo de 22 de julho de 2018, referente às funções em agente único.

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