Covid-19: «Dados de hoje são difíceis e dizem que não podemos abrandar»

10 abr 2020, 13:44
Covid-19 no Hospital de Santa Maria

Portugal teve nas últimas 24 horas o maior registo diário de casos confirmados da doença

O balanço desta sexta-feira da covid-19 em Portugal mostra um aumento de 1.516 casos confirmados da doença nas últimas 24 horas, o maior registo diário em Portugal.

Na conferência de imprensa diária, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, afirmou que estes números «são difíceis», mas frisa que esta «é uma longa caminha em que todos os dias temos vindo a ultrapassar etapas».

«O que os dados de hoje nos dizem é que temos de continuar, não podemos abrandar, nem baixar a guarda», apontou, deixando o apelo: «O confinamento é particularmente duro nesta altura da Páscoa, mas acreditem que vai valer a pena. Estamos agora afastados para depois podermos estar juntos. O mais rapidamente possível. Este é um compromisso que todos temos com todos e não podemos falhar, sob pena de colocarmos em causa todo o esforço que fizemos até aqui.»

Na apresentação dos dados, a secretária de Estado Adjunta nota que a taxa de letalidade é agora de 2,8%, subindo para 10,5% no caso dos doentes com mais de 70 anos.

A diretora-geral da Saúde, Graça Feitas, foi questionada sobre a possibilidade de ser imposta uma cerca sanitária a Castro Daire. A responsável diz que a situação foi ponderada e «chegou-se à conclusão que o que era necessário era reforçar junto da população a necessidade de manter o distanciamento social e de manter encerrados alguns estabelecimentos.»

Graça Freitas falou ainda sobre «um estudo que indica que poderá haver algum efeito protetor nos países que utilizam a vacina BCG».

«Há muitos estudo sobre este vírus e esta doença, este é apenas mais um», disse Graça Freitas, frisando que «é precoce podermos dizer que tem fundamento e robustez cientifica».

«Ficaremos por aqui à espera de melhor ciência», apontou.

Sobre a situação dos doentes nos lares, a diretora-geral da Saúde diz que «a maior parte das pessoas que têm covid-19 devem ser tratadas no domicílio e o mesmo se aplica a lares, desde que separadas das restantes pessoas.»

Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed, também esteve presente na conferência de imprensa e afirmou que «houve um reforço do stock de 20 por cento dos medicamentos que podem ser mais utilizados neste contexto» e, adicionalmente, «foi feito um reforço de dois medicamentos, ainda que a evidência disponível diz que a utilização tenha de ser com muito cuidado».

«São a hidroxicloroquina e dois retrovirais, que costumam ser utilizados em associação, e que estão a ser disponibilizados de forma centralizada consoante as necessidades dos hospitais que estão a tratar os casos mais graves, que é nesses em que são utilizados», apontou o responsável, lembrando que «são medicamentos ainda não aprovados para o tratamento», pelo que a análise deve ser feita para cada caso individual.

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