"O exercício visa enviar uma mensagem clara aos inimigos", disse o exército da Coreia do Norte
A Coreia do Norte disse esta quinta-feira que lançou dois mísseis balísticos de curto alcance, explicando que conduziu uma “simulação de ataque nuclear tático” em resposta a manobras conjuntas de Seul e dos Estados Unidos.
Os mísseis foram disparados na quarta-feira, numa “simulação de um ataque nuclear tático destinado a destruir completamente os principais centros de comando e bases aéreas” da Coreia do Sul, de acordo com a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
“O exercício visa enviar uma mensagem clara aos inimigos”, disse o exército da Coreia do Norte, citado pela KCNA.
O lançamento dos dois mísseis, que caíram no mar do Japão, tinha sido avançado por fontes militares da Coreia do Sul e do Japão.
O Ministério da Defesa do Japão disse que o primeiro míssil “foi lançado por volta das 23:38 [15:38 em Lisboa], a uma altitude máxima de aproximadamente 50 quilómetros (km) e uma distância de voo de aproximadamente 350 km”.
Já o segundo lançamento aconteceu oito minutos depois, com o míssil a atingir “uma altitude máxima de cerca de 50 km e uma distância de voo de cerca de 400 km”, de acordo com os militares japoneses.
Ambos os mísseis caíram perto da costa leste da península coreana e fora da zona económica exclusiva do Japão, sublinhou Tóquio.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse, em comunicado, que os lançamentos estão a ser analisados por autoridades militar sul-coreanas e norte-americanas.
Os lançamentos aconteceram horas depois de Washington ter mobilizado um bombardeiro estratégico B-1 para participar nos exercícios conjuntos de grande escala Ulchi Freedom Shield (UFS).
Pyongyang avisou na semana passada que a realização destas manobras podia eventualmente conduzir a uma "guerra termonuclear".
A Coreia do Norte tinha já anunciado a realização, na terça-feira, de um exercício militar supervisionado pelo líder, Kim Jong-un, numa resposta ao UFS.
Kim "familiarizou-se com o plano do exercício, que visa ocupar todo o território da metade sul [da península], repelindo a súbita invasão armada do inimigo e avançando para um contra-ataque total", referiu a KCNA.
O exercício simulou "ataques simultâneos contra os principais centros de comando militar, portos militares, bases aéreas operacionais e outros importantes alvos militares inimigos e centros nevrálgicos, cuja destruição pode levar ao caos sociopolítico e económico", indicou a agência.
Após o fracasso das conversações de desnuclearização entre Washington e Pyongyang em 2019, a península voltou a ser palco de uma escalada militar persistente, com o regime de Kim Jong-un a testar repetidamente mísseis e os aliados a realizarem grandes exercícios de guerra e a destacarem regularmente meios estratégicos norte-americanos.