Emirados, Azerbaijão e Brasil formam inédita "troïka de presidências da COP"

Agência Lusa , DCT
13 fev, 08:14
Emissões de gases com efeito estufa (foto: Pixabay)

O limite de 1,5°C será provavelmente atingido entre 2030 e 2035, de acordo com as estimativas dos peritos em clima da ONU (IPCC).

Os Emirados Árabes Unidos, o Azerbaijão e o Brasil anunciaram este domingo uma parceira para "melhorar a cooperação e a continuidade" das negociações mundiais sobre o clima.

Esta "troika de presidências da COP", prevista no acordo final da 28.ª Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas, deve "garantir a colaboração e a continuidade necessárias" para limitar o aquecimento global a 1,5°C, afirmou a presidência da COP28, em comunicado.

Os Emirados presidiram à COP28, seguindo-se o Azerbaijão na COP29 e o Brasil na COP30.

Os 198 países que adotaram o acordo final da COP28, a 13 de dezembro no Dubai, mandataram as três presidências para trabalharem em conjunto num "roteiro para a missão 1,5°C", o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, que está seriamente ameaçado pela trajetória das emissões de gases com efeito de estufa da humanidade.

De acordo com os cálculos da ONU, os compromissos atuais dos países colocam o mundo numa trajetória de aquecimento entre 2,5°C e 2,9°C ao longo do século.

O limite de 1,5°C será provavelmente atingido entre 2030 e 2035, de acordo com as estimativas dos peritos em clima da ONU (IPCC).

Estes peritos sublinham que cada décimo de grau suplementar intensifica e multiplica os fenómenos extremos.

O acordo final da COP28 estabelece que esta parceria deve "reforçar significativamente a cooperação e o ambiente internacionais propícios para impulsionar a ambição no próximo ciclo de contributos determinados a nível nacional", ou seja, os planos de redução de emissões de cada país, que deverão ser alargados até à COP30 em Belém, no Brasil, em 2025.

Isto "com o objetivo de aumentar a ação e a implementação durante esta década crítica e manter o limite de 1,5°C ao alcance", de acordo com o documento.

Na COP28, o mundo concordou "em abandonar" os combustíveis fósseis, mas o acordo não incluiu qualquer progresso no desbloqueamento dos fluxos financeiros para os países em desenvolvimento, um dos principais pontos de discórdia nas negociações globais.

Esta questão estará entre os temas centrais da COP29 em Baku, que deverá estabelecer um novo objetivo para o financiamento do clima pelos países desenvolvidos.

Para não ultrapassar o limite de 1,5°C, "será essencial estabelecer um novo objetivo de financiamento que reflita a escala e a urgência do desafio climático", afirmou o presidente designado da COP29 e ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais azerbaijanês, Mukhtar Babayev.

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