«Liga para o Rodrigo», camisolas de clubes portugueses é com ele

16 nov 2016, 10:50
Brasileiro camisolas

Rodrigo Soares, empresário de São Paulo, tem uma paixão pelo futebol luso. A sua coleção começou há vinte anos e já ultrapassa as duas centenas de «camisas»

Do Campomaiorense ao Fafe, com vários exemplares dos três grandes do futebol nacional... Rodrigo Soares tem no seu apartamento de São Paulo aquela que é, provavelmente, a maior coleção de camisolas de clubes portugueses fora de Portugal.

«Não as contei, mas acredito que passem as 200 – só da Seleção Nacional são mais de 20 diferentes», conta ao Maisfutebol este empresário brasileiro, filho de um fafense e de uma egitaniense, que antes da internet aproveitava as suas férias e viagens de familiares à «terrinha» para começar a coleção que o enche de orgulho.

«Em vez de comprar camisolas de grandes equipas de outros campeonatos europeus tive sempre uma predileção por Portugal. Afinal, faz parte da minha história. A primeira camisola de um clube português que tive foi uma do Benfica, com a águia bordada na gola. Era de 1996, Adidas, com o patrocínio da Telecel. Foi o meu tio que me trouxe de uma viagem. A partir daí, quando algum familiar ia passar férias a Portugal, sabendo do meu gosto, trazia-me uma camisola diferente. Até 2003, a coleção foi crescendo assim, lentamente. A partir daí, com o aparecimento de sites de venda de artigos na internet passou a ser mais fácil adquirir camisolas em segunda mão.»

Rodrigo começou então a diversificar a coleção, com mais de duas centenas de camisolas e mais de 40 clubes representados, e entre as raridades tem particular gosto numa do Fafe, clube da terra do seu pai. «Não fazia sentido não ter a camisola do clube da cidade do meu pai. Foi difícil de consegui-la. Mas uma vez soube que um primo meu estava de visita a Guimarães e eu convenci-o a ir a Fafe comprar a camisola», recorda.

Essa do emblema minhoto, que agora milita na II Liga, é uma das suas preferidas. Porém, não é a única: «Todas as camisolas que coleciono têm seu valor. De jogadores, tenho uma de que gosto muito do Benfica, do Amaral – antigo médio brasileiro dos encarnados nos anos 90. Consegui-a através de um amigo em comum. É uma camisola de jogo; tem dois ou três pormenores que a diferenciam. Tenho uma muito bonita do Belenenses, estilo anos 60, com cadarço (cordão) em vez de botões a apertar a gola. Gosto também de uma do centenário do Benfica, toda branca... E o FC Porto lança todos os anos equipamentos alternativos muito originais, com padrões e cores bem diferentes. Isso é como que mostrar um prato de comida a quem está com fome [risos]. Dá-me logo vontade de comprar…»

No Brasil é comum uma camisola de futebol servir como vestuário no quotidiano e o colecionismo é levado a sério. «O Museu do Futebol, no Estádio Pacaembu, promove encontros anuais com fãs de camisolas de clubes. Mas não conheço outro que tenha o meu gosto em colecionar clubes de Portugal, pelo que virei uma referência por aqui. Se aparecer alguma camisola da Académica à venda, por exemplo, e dizem logo “liga para o Rodrigo…”. Sou um destino certo para isso. Há também que entre em contacto comigo através do meu blogue, “Em busca da camisa sagrada”», explica o colecionador, contando em seguida um episódio que uma vez lhe aconteceu num centro comercial e que dá uma noção da «febre» de alguns colecionadores:

«Eu tinha vestida uma camisola da seleção portuguesa, que comprei em 1999 em Lisboa, e um rapaz apareceu na minha frente com um cartão de crédito na mão e começou a oferecer-me dinheiro. Pediu-me para eu entrar na loja de desporto em frente e escolher duas camisolas novas em troco daquela de Portugal, que lhe faltava na coleção. Eu recusei, claro…»

No Brasil, Rodrigo torce pela Portuguesa de Desportos, clube com ligação à comunidade lusodescendente de São Paulo. Aliás, começou apenas por fazer coleção de camisolas da «Lusa». Em Portugal, simpatiza com quatro clubes e tem motivos para justificar cada preferência: «Como não vivo aí, não me considero adepto de nenhum clube. Mesmo assim, à distância, há quatro de que gosto muito. Desde logo, o Fafe, por causa do meu pai, e o vizinho Vitória de Guimarães, porque gosto muito da cidade. Se vivesse em Portugal, gostaria de viver lá. Gosto também do Gil Vicente, por toda a identidade gráfica e combinação de cores e pelo símbolo ser o galo de Barcelos. E do Belenenses, por durante décadas, antes do título do Boavista, ter sido o único campeão nacional entre os três grandes», conclui.

«Qual é a próxima compra?», perguntamos. «Depende do que aparecer», responde. Até lá, Rodrigo Soares continuará em busca da camisola sagrada de um qualquer clube nacional.

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