Ciclista Tom Dumoulin anuncia que vai retirar-se no final deste ano

3 jun 2022, 14:48
Tom Dumoulin (AP)

Neerlandês de 31 anos revelou que últimos anos têm sido de constante sofrimento

Tom Dumoulin, vencedor da Volta a Itália em 2017, anunciou que vai retirar-se no final desta temporada.

O ciclista de 31 anos publicou nas redes sociais uma carta aberta, na qual detalha os motivos que o levam a pôr termo à carreira.

«Decidi que o ano de 2022 será o meu último como ciclista profissional. Em 2020 tive um ano muito difícil e no fim desse ano treinei demasiado e fiquei esgotado. No final de 2020, inícios de 2021, não fui mais do que uma sobra de mim mesmo e desse modo decidi nessa altura afastar-me do ciclismo e pensar no meu futuro», começou por explicar.

Domoulin voltou a competir porque tinha há cinco anos no horizonte uma presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio. «Não queria desperdiçar essa oportunidade», apontou, recordando que em Tóquio ainda conseguiu uma medalha no contrarrelógio. «Desde o outono de 2020 fui conseguindo mostrar ocasionalmente a minha capacidade. No último ano, a medalha de prata foi o ponto mais alto. Estou muito orgulhoso por essa performance. Mas muitas vezes, e especialmente neste ano, foi um caminho frustrante no qual sentia e continuo a sentir cansaço. Quando o volume de treino aumenta, sofro de fadiga, tenho dores e lesiono-me em vez de melhorar. O esforço nos treino não me levou às performances desejadas», lamentou.

Dumoulin disse acreditar que talvez ainda pudesse voltar ao que foi em tempos: um ciclista capaz de lutar por grandes voltas, mas falta-lhe vontade para isso depois de tantos problemas vividos. Com muita paciência e uma abordagem (de treino) muito cautelosa, acredito que podia voltar ao meu máximo potencial na bicicleta. Mas isso seria um longo e paciente caminho sem garantias de sucesso e eu escolho não ir por essa estrada desconhecida, mas sim terminar.

O ciclista neerlandês, uma das referências do português João Almeida, disse não querer pensar no que virá depois do ciclismo e mostrou-se otimista para o que falta da época em 2022, que está sensivelmente a meio e apontou a um bom resultado no contrarrelógio dos Mundiais na Austrália.

Além de ter vencido o Giro em 2017, Dumoulin foi uma vez campeão do Mundo de Contrarrelógio, duas vezes prata nos Jogos Olímpicos e quatro vezes campeão nacional de contrarrelógio. Foi ainda segundo classificado do Giro em 2018 e do Tour no mesmo ano.

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