A Índia está outra vez furiosa com a China – e tudo por causa de um mapa

31 ago 2023, 20:05
Xi Jinping e Narendra Modi (AP)

Em resposta à Índia, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China pediu ao governo indiano para permanecer “calma e objetiva”

A Índia apresentou esta semana um “forte protesto” contra Pequim após a publicação do novo mapa oficial da China.

No mapa divulgado na segunda-feira, o Estado do Arunachal Pradesh, no nordeste da Índia, e o planalto de Aksai-Chin, na região de Caxemira, aparecem como parte da China.

“Apresentámos hoje [terça-feira] um forte protesto através dos canais diplomáticos com a China relativamente ao chamado ‘mapa-padrão’ de 2023 da China, que reivindica o território da Índia. Rejeitamos estas reivindicações porque não têm qualquer fundamento", disse em comunicado o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Índia, Arindam Bagchi.

O mapa oficial da China é lançado todos os anos e publicado pelo Ministério dos Recursos Naturais da China. O Estado do Arunachal Pradesh é há muito governado pela Índia, mas é reivindicado por Pequim como sendo a região do Tibete do Sul, tendo sido palco de confrontos armados pelo seu controlo em 1962.

O planalto de Aksai-Chin está dividido entre os dois países, sendo grande parte administrado pela China como parte da região autónoma de Xinjiang.

Em resposta a Bagchi, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, afirmou que a publicação do mapa é algo “rotineiro” e pediu ao governo indiano para permanecer “calmo e objetivo”.

Este é mais um capítulo na já longa história de tensões entre a China e a Índia, que frequentemente se envolvem em pequenos combates militares ao longo das fronteiras disputadas.

Segundo a CNN Internacional, as tensões entre os dois governos aumentaram significativamente após os confrontos no Vale de Galwan em 2020, que mataram dezenas de soldados dos dois lados.

Numa tentativa de tentar acalmar os ânimos, os líderes dos dois países, Xi Jinping e Narendra Modi, realizaram uma reunião bilateral à margem da cimeira dos BRICS, que decorreu na África do Sul. No entanto, segundo a Reuters, que cita fontes dos dois países, o presidente chinês deverá desferir um novo golpe nas relações com Nova Deli e falhar a próxima cimeira do G20, que vai decorrer entre 9 e 10 de setembro na capital indiana.

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