China alerta diplomatas para “riscos” de serem “tentados a agir de forma corrupta” pelas “forças hostis do Ocidente”

Agência Lusa , NM
6 nov 2023, 07:35
República Popular da China (Getty Images)

Comissão Central de Disciplina e Supervisão diz ter conhecimento que há funcionários continuam a “aceitar presentes e dinheiro de entidades externas”, a “efetuar viagens não autorizadas com fundos públicos” e a “receber subsídios irregulares”

O órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês advertiu esta segunda-feira os diplomatas do país para estarem atentos aos “riscos” de serem “tentados a agir de forma corrupta”, sobretudo os que lutam contra “forças hostis do Ocidente”.

“Os funcionários na linha da frente dos Negócios Estrangeiros, especialmente os que lutam contra algumas forças hostis do Ocidente, correm risco relativamente elevado de serem coagidos a atividades corruptas”, escreveu Zhang Jingwen, dirigente da Comissão Central de Disciplina e Supervisão, num artigo difundido através da publicação oficial da agência.

O responsável alertou para a “falta de previsão e de planeamento integral” em algumas instituições e para os riscos de “fuga de informações confidenciais”, “infiltração” e “deserção”.

Alguns funcionários continuam a “aceitar presentes e dinheiro de entidades externas”, a “efetuar viagens não autorizadas com fundos públicos” e a “receber subsídios irregulares”, acrescentou Zhang.

O funcionário exortou os diplomatas do país a “não utilizarem os recursos acumulados e os seus contactos dentro dos Negócios Estrangeiros para benefício pessoal”.

No verão, o Ministério da Segurança do Estado da China apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “atividades dos serviços secretos estrangeiros”.

Em abril, a China aprovou uma emenda à lei de contraespionagem para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem.

A legislação passou também a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de se construir uma “nova arquitetura de segurança”.

Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” passaram a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda.

Nos últimos meses, as investigações sobre empresas de consultadoria e empresas estrangeiras na China suscitaram preocupações no setor e em potenciais investidores estrangeiros.

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