Champions: Dortmund-Atlético Madrid, 4-2 (crónica)

16 abr, 22:34

Recital de Sabitzer agigantou as «Abelhas», apesar do «ferrão» de Correa

Recuperar a eliminatória, repetir ’66 para vingar 2013 e sonhar com '97.

Há 58 anos, nos quartos de final da Taça das Taças, o Dortmund eliminou o Atlético Madrid. Depois do empate em Espanha (1-1), os alemães triunfaram em casa, por 1-0. Meses mais tarde, o Dortmund celebrou a conquista da prova, ante o Liverpool.

Na noite desta terça-feira, no quarto duelo entre «Abelhas» e «Colchoneros» nesta fase da prova – além de quarto jogos na fase de grupos, em 1996 e 2018 – o Dortmund recuperou da desvantagem na primeira mão (2-1) e selou o regresso às meias-finais, 11 anos depois.

Ainda que os «onzes» tenham apresentado pontuais mudanças – Brandt por Nmecha; Samuel Lino por Hermoso – a atitude defensiva do Dortmund foi irrepreensível. Ao contrário da (des)organização no primeiro «round», o quarteto recuado foi decisivo para galvanizar a recuperação dos anfitriões.

Tal descrição não perde força face à oportunidade desperdiçada por Morata ao quinto minuto. Lançado a solo desde o meio-campo, o espanhol foi incapaz de acertar com a baliza. Exato, o problema não foi a mancha de Kobel, foi, de facto, a ineficácia de Morata. O «chapéu» saiu milímetros ao lado do poste esquerdo.

De parada e resposta, os contra-ataques do Dortmund instalavam o «estado de sítio» na defesa contrária, ainda que os sucessivos passes e cruzar de posição não surtissem efeito. Num duelo repleto de nervosismo, dentro e fora do relvado, Julian Brandt foi o primeiro a encontrar o caminho da felicidade.

O cronómetro marcava 34 minutos quando, pela esquerda, o médio rematou cruzado, superando o voo de Oblak. Na sequência de uma primorosa assistência de Hummels, de trivela, a novidade no «onze» de Terzic inaugurou o marcador.

Atordoados, os comandos de Simeone foram incapazes de travar o ímpeto contrário, recuando e aumentando os índices de agressividade. Todavia, tal não intimidava as ferozes «Abelhas», que dobraram a vantagem aos 39m. De novo pela esquerda, Sabitzer foi o responsável por soltar a corrida de Maatsen. O neerlandês, emprestado pelo Chelsea, elevou a festa no Signal Iduna Park.

Assim, ao intervalo, o Dortmund parecia imparável, até lançado para o terceiro golo. Do outro lado, Simeone tinha muito que ajustar na estratégia delineada. Por isso, antes do reatar do encontro, o timoneiro dos «Colchoneros» lançou Correa, Barrios e Riquelme, em detrimento de Azpilicueta, Morata e Molina.

Novas ideias na frente e caminhos encerrados nas laterais. Era esta a ordem de Simeone.

Correa ameaçou outro desfecho

No arranque da etapa complementar, aos 49m, Hummels – que esta noite cumpriu o jogo 500 pelo Dortmund – complicou e empatou a eliminatória. Ora, na sequência de um canto pela esquerda, Hermoso cabeceou sem perigo, mas o defesa germânico tentou afastar o perigo. O desvio traiu Kobel e deu alento aos «Colchoneros».

Por fim na mó de cima – e sem muito ter feito para tal – o Atlético Madrid cresceu e agigantou-se à boleia da velocidade de Correa. Nas costas dos centrais, o argentino instalou o pânico no «Muro Amarelo» e completou nova reviravolta aos 65m.

De flanco em flanco, Kobel travou Riquelme, a defesa conteve Correa, mas o argentino estava endiabrado. Simeone foi do inferno ao céu. Porém, a história estava longe de terminar.

A ascensão de Sabitzer ao sonho

Aparentemente em descontrolo, um momento bastou para o Dortmund retomar o controlo da eliminatória. Aos 71m, Sabitzer voltou a surgir na esquerda, cruzou e Füllkrug voou, cabeceando sem hipóteses para Oblak. O empate voltava a estar cravado no marcador (4-4).

Pouco depois, enquanto alguns ainda festejavam o 3-2, Sabitzer consumou a derradeira reviravolta. Recuperada a posse, as «Abelhas» delinearam nova jogada e confiaram ao médio a missão de agarrar o bilhete para as meias-finais. Já na área, o austríaco estreou-se, por fim, a marcar nesta edição da Liga dos Campeões.

A loucura instalou-se no Signal Iduna Park, ao cabo de 74 minutos. Era a noite de Sabitzer, com duas assistências e um golo.

Até final, apesar de sucessivas investidas, o Atlético Madrid foi incapaz de ameaçar a baliza de Kobel. Em todo o caso, do outro lado, Oblak manteve os «Colchoneros» vivos na eliminatória, travando Sabitzer e Füllkrug.

Reveja, aqui, o filme deste jogo.

Estava consumado. Onze anos depois, o Dortmund regressa às meias-finais da Liga dos Campeões. E, 58 anos depois, as «Abelhas» voltam a eliminar, em casa, o Atlético de Madrid nos quartos de final.

Por isso, Reus e Hummels mantêm vivo o sonho de vingar 2013, quando o Dortmund caiu na final, em Wembley, diante do Bayern Munique. Agora, apenas o PSG separa os alemães de disputar nova final da Champions em Londres.

Em simultâneo, os adeptos do Dortmund sonham repetir 1997, quando conquistaram a única Liga dos Campeões da sua história, frente à Juventus.

A 30 de abril, o Dortmund recebe o PSG. Uma semana depois, a passagem à final decide-se em Paris. Será o terceiro e quarto duelo entre estes emblemas na presente temporada, depois das partidas no Grupo F (2-0 e 1-1), no qual os alemães terminaram como líderes.

Reveja, aqui, as melhores imagens desta partida.

 

Por agora, a turma de Terzic centra atenções na receção ao campeão Bayer Leverkusen.  As «Abelhas» são quintas na Bundesliga, com 56 pontos, em igualdade com o Leipzig (4.º), que ocupa a última vaga em zona Champions.

Por sua vez, o Atlético Madrid é quarto na La Liga, com 61 pontos, com um intervalo de quatro pontos para Girona (3.º) e Athletic Bilbao (5.º). Segue-se a visita ao Alavés (14.º).

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