Champions: Benfica-Barcelona, 3-0 (crónica)

Nuno Travassos , Estádio da Luz, em Lisboa
29 set 2021, 21:58

Mais do que três golos, mais do que três pontos: uma noite de afirmação

Na prática foi apenas um jogo, que não valia mais do que três pontos, e que nada define quanto ao destino europeu das duas equipas, mas o triunfo do Benfica sobre o Barcelona, por 3-0, justifica uma leitura mais ampla do que isso.

É uma noite de afirmação do Benfica, que recupera a sensação de bater um «tubarão» e que confirma a ideia de que tem agora outra capacidade para encarar a exigência europeia. Também foi preciso sofrer em alguns momentos, é certo, mas disso também se fazem estes duelos.

Mas esta também foi uma noite de afirmação do Barcelona, mas pela negativa. Depois do desaire caseiro com o Bayern, a equipa de Ronald Koeman volta a perder por 3-0. É muito cedo para exclui-la das contas do grupo, mas os sinais de fragilidade são demasiado evidentes.

Bastaram 133 segundos de jogo para o Benfica chegar à vantagem, e assim colher os frutos de uma entrada autoritária antes mesmo de a comprovar. Mas a realidade é que, com a motivação adicionada pelo golo madrugador, o Benfica entrou a dizer que também tinha qualidade para colocar o adversário a correr atrás da bola.

Yaremchuk ameaçou dar seguimento ao golo de Darwin, mas depois o Barcelona começou a mostrar que, apesar do momento delicado que vive, continua a ter jogadores de enorme qualidade. Pedri inventava espaços, Depay atacava a profundidade pela esquerda e Frenkie de Jong aparecia discretamente na área.

Com estes três elementos em destaque, o Barcelona criou várias situações para chegar ao empate na primeira parte, mas Luuk de Jong mostrou-se perdulário e Lucas Veríssimo fez dois cortes providenciais pelo meio.

Ao tirar Gerard Piqué ao minuto 33, com receio de um segundo cartão amarelo que o Benfica chegou a reclamar, Ronald Koeman acabou por sacrificar um dos elementos que estava a criar dificuldades à organização defensiva do Benfica: Frenkie de Jong passou para central, embora com alguma liberdade para subir um pouco no terreno em posse de bola.

Jorge Jesus também teve de mexer na equipa antes do intervalo, mas verdadeiramente forçado, com o lesionado Valentino Lázaro a dar o lugar a Gilberto.

Na segunda parte o Benfica conseguiu controlar melhor o ataque organizado do Barcelona, espreitando sempre a potência de Darwin a atacar o espaço. O uruguaio foi sempre uma dor de cabeça para os centrais contrários, por mais trocas posicionais que Koeman fizesse.

E quando o treinador holandês procurou recuperar a capacidade ofensiva, ao lançar Nico González, Coutinho e Ansu Fati, o Benfica dilatou a vantagem por Rafa (69m).

Cambaleante, o Barcelona foi incapaz de reentrar no jogo, e a partir daí a noite só piorou. Um mão na bola de Dest permitiu o «bis» de Darwin, da marca de penálti, e a três minutos do fim ainda surgiu a expulsão de Eric García.

A Luz acabou a gritar por Messi.

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