Melo diz que primeiro obstáculo do CDS é financeiro. "Não receberei um cêntimo de vencimento do CDS nos próximos dois anos"

Agência Lusa , Atualizada às 21:32
19 fev 2022, 19:21

Nuno Melo anunciou este sábado a candidatura à presidência do CDS-PP. O partido perdeu todos os deputados nas últimas legislativas sob a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.

O eurodeputado Nuno Melo, que anunciou hoje a candidatura à liderança do CDS-PP, considerou que o "primeiro obstáculo" do partido é financeiro e apelou à união, salientando que "não há espaço para zangas" nem para "ajustes de contas".

Não podemos esconder o óbvio. O primeiro dos obstáculos inevitável saído dos resultados eleitorais nas eleições legislativas é um obstáculo financeiro", afirmou Nuno Melo na apresentação da candidatura, na sede centrista, em Lisboa.

Apontando que existem funcionários do partido que têm "o seu emprego em risco", o dirigente indicou que, se for eleito presidente do CDS, vai prescindir do vencimento.

"Não receberei um cêntimo de vencimento do CDS nos próximos dois anos, um cêntimo. E, se aquilo que seria o meu vencimento ajudar ou servir para garantir mais um ou dois pontos de trabalho aqui no largo do caldas, pois que assim seja, sinto que estou a cumprir com a minha obrigação", salientou.

No seu discurso, o eurodeputado apontou que o CDS vai ter de ser capaz de se "reconciliar com o seu passado" e salientou que no futuro do partido “não há mais espaço para zangas, não há mais espaço para tribalismos, não há espaço para exclusão, não há espaço para ajustes de contas”.

"Nesse novo ciclo, quero ser a ponte, não quero ser a barreira, a quem seja", garantiu, defendendo: "em vez de excluir, unir, em vez de reduzir, alargar, em vez de crispar, reconciliar, em vez de fechar, abrir, em vez de morrer, viver".

Apontando que "nenhum partido cresce subtraindo", o antigo vice-presidente do CDS-PP na direção de Assunção Cristas disse querer um partido "onde as tendências unam e não subtraiam".

O centrista apelou à união de liberais, democratas-cristãos e conservadores, recusou "um CDS centrado em purificações internas" e disse querer um "partido de quadros".

"O único objetivo reconstruir, o único propósito crescer, a única forma integrar", salientou, indicando que, se for eleito presidente, será "legitimado pelas bases" e é com elas que vai trabalhar ao longo do mandato.

A nível programático, o anunciado candidato à liderança afirmou que o CDS tem de se "adaptar às novas realidades" para assegurar eleitorado, dando como exemplos o ambiente ou a transição digital e salientou que o partido "tem de estar na linha da frente" do combate contra as desigualdades de vencimento entre homens e mulheres.

O 29.º Congresso do CDS está marcado para 02 e 03 de abril, em local ainda a definir. Os centristas vão eleger o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da presidência do partido e não irá recandidatar-se, na sequência dos resultados eleitorais nas legislativas de 30 de janeiro.

O CDS-PP obteve 1,6% dos votos nas legislativas e, pela primeira vez desde o 25 de Abril de 1974, ficou sem representação parlamentar, depois de na última legislatura ter uma bancada de cinco deputados.

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