Venda de casas na região de Lisboa no nível mais baixo desde 2016

ECO - Parceiro CNN Portugal , Mariana Espírito Santo
23 jun 2023, 08:36
Habitação (Manuel de Almeida/Lusa)

Transacionaram-se mais casas no Norte do que na região de Lisboa no arranque do ano, ainda que as habitações na capital tenham sido mais caras. Tendência é de arrefecimento no país

A venda das casas em Portugal está a abrandar e a subida dos preços fixou-se em 8,7% no primeiro trimestre do ano, valor que representa uma desaceleração face ao trimestre anterior. Este arrefecimento é sentido particularmente na Área Metropolitana de Lisboa, onde as vendas de casas, com exceção do trimestre do início da pandemia, atingiram o nível mais baixo desde o fim de 2016.

Olhando para a análise regional disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), foi no Norte que se transacionaram mais casas no arranque do ano (9.924 habitações). Já na Área Metropolitana de Lisboa, “registaram-se 9.761 transações, o que, excetuando o 2º trimestre de 2020, sob influencia da pandemia da Covid–19, constitui o número mais baixo de vendas nesta região desde o 4º trimestre de 2016″.

 

Apesar de haver menos transações, as casas na região da capital continuam a ser mais caras. “Entre janeiro e março de 2023, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 40,6% do valor total das habitações transacionadas, seguindo-se o Norte com 23,5%”. Sendo que para ambos, os valores das transações foram os mais baixos dos últimos dois anos.

Mas a tendência é geral. “No 1º trimestre de 2023, todas as regiões registaram uma redução homóloga no número e no valor das transações de alojamentos”, assinala o INE. Mesmo assim, Lisboa registou as maiores quedas tanto em número como em valor. Já no Algarve observaram-se taxas de -25,4% no número e de -15,1% no valor das casas vendidas.

Já no Norte, “o número de transações reduziu-se em 19,8%, sendo que, em valor a redução foi 15,6%”, enquanto “o Centro e a Região Autónoma da Madeira apresentaram reduções do número das transações de 12,2% e 12,3%, respetivamente”. Pelo Alentejo e na Região Autónoma dos Açores a amplitude da taxa de variação fixou-se em torno dos -17,0%.

Na média nacional, nos primeiros três meses do ano, os indicadores do INE apontam para uma queda de 20,8% no número de transações de alojamentos e uma diminuição de 15,2% no valor das casas comercializadas, nos primeiros três meses do ano.

Esta evolução dá-se numa altura em que as subidas de juros decidas pelo Banco Central Europeu nos últimos meses têm tido um impacto também no crédito à habitação em Portugal, tornando o financiamento mais caro. É de salientar que o Governo avançou também com um conjunto de medidas para fazer face à crise no setor, com o pacote Mais Habitação. Apesar de se venderem menos casas, o preço continuou a subir face ao ano passado.

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